terça-feira, 26 de dezembro de 2023

ESTUDOS SOBRE DEUS - 19 DEUS: É MISERICORDIOSO E CLEMENTE

 


Que poderíamos pensar quando nos deparamos com o ensino bíblico de que Deus é “clemente e misericordioso”? Que enfoque especial este atributo divino traz?

            O dicionário nos ensina que clemência é “disposição para perdoar”, enquanto misericórdia é “compaixão suscitada pela miséria alheia”, seja esta miséria material, moral ou espiritual. De imediato, podemos dizer que Deus, sem dúvida, tem imensa compaixão daqueles que vivem na miséria material. Entretanto, desejo analisar a tremenda verdade de que Ele tem disposição para perdoar os que estão mergulhados na triste condição da miséria moral e espiritual!

Lembremos que a miséria espiritual é marcada pela atitude idólatra do ser humano, que chega ao ponto de prostrar-se diante de um pedaço de pedra ou madeira, a quem se dirige como se fosse seu deus. Que miséria!  Quão imensa é a galeria dos “deuses”…

Já a miséria moral, e mesmo a miséria material, acabam sendo consequências diretas e indiretas da idolatria, que corrompe, levando os seres humanos à depravação e à exploração, entre tantas outras mazelas. Leia Romanos 1.18-32. 

Nós, certamente, já temos podido contemplar este atributo de Deus em ação muitas vezes. Façamo-lo novamente, e demos glória Àquele que é misericordioso e clemente!

A – O SER HUMANO CARECE DA CLEMÊNCIA E DA MISERICÓRDIA DE DEUS

            A Bíblia usa mais de quarenta vezes a expressão “a sua misericórdia dura para sempre”. Somente no Salmo 136 esta frase é encontrada vinte e seis vezes. Tal afirmação nos enche de alegria. Como é gostoso ouvirmos repetidas vezes a verdade de que Deus tem compaixão da miséria alheia, isto é, da nossa miséria pessoal! Muitos pensam que Deus está ausente, retirado, e que não acompanha de perto as misérias de cada um. Engano! O Deus Triúno é Onipresente e Onisciente! Está em todo lugar e tem conhecimento de tudo. Porém, o que realmente inunda a nossa alma de paz é sabermos que o Seu conhecimento é movido não por crueldade, mas por misericórdia.

            Alguém poderá dizer: “Mas eu não sou miserável! Não preciso que tenham misericórdia de mim.” Que diz a Bíblia sobre o ser humano? Que é larva, verme, gusano (Jó 25.6). E não é assim? Somos miseráveis pecadores, sim, “porque todos tropeçamos em muitas coisas” (Tiago 3.2). Não temos ouvido vez após vez que “errar é humano”? Errar é próprio do ser humano e, na verdade, todos nós erramos. A Bíblia está repleta de versículos que tratam disso.

  • Quem nunca tropeçou no falar? “Pois toda espécie de animais, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano, mas a língua ninguém é capaz de domar; é mal incontido, cheio de veneno mortal” (Tiago 3.7, 8).
  • Quem nunca procedeu sem refletir? “Não é bom agir sem pensar; quem se precipita acaba pecando” (Provérbios 19.2).
  • Quem nunca transgrediu a lei? “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei” (1 João 3.4); e “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23).

A Palavra de Deus ensina que “todo o que comete pecado é escravo do pecado” (João 8.34). Se todos pecaram, todos são escravos. Não é esta uma situação de miséria? Por maior aparência de retidão ou justiça que possa ostentar, todo homem é escravo do pecado: escravo da própria língua desenfreada, escravo de um agir irrefletido, escravo da sua própria natureza decaída.

Deus conhece muito bem esta situação. Não é Ele o esquadrinhador dos corações? Não é Ele quem rebusca o mais íntimo de cada um de nós? Sim! Ele o faz. E como se compadece de toda a miséria humana! Na verdade, “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã” (Lamentações 3.22, 23). Toda a afronta com que cada um de nós tem ultrajado Àquele que é “tão puro de olhos” (Habacuque 1.13), que não pode suportar o mal nem tolerar a opressão, seria mais do que suficiente para que fôssemos consumidos num instante. Porém, Ele se compadece de nós.

B – O CONTRASTE ENTRE A MISERICÓRDIA HUMANA E A DIVINA

Nas mais diversas nações, existem muitos que se compadecem da miséria alheia, não é verdade? Se fosse publicada uma lista com os nomes das pessoas que se compadeceram da miséria de seus semelhantes, a lista seria bem longa. Contudo, entre tais pessoas e Deus há uma grande, uma imensa diferença! A compaixão delas pode levá-las a procurar conforto material, mental e até espiritual para os necessitados. A compaixão de Deus é mais ampla e elevada. Deus não vem simplesmente confortar pessoas, ainda que seja o “Deus de toda consolação” (2 Coríntios 1.3); Ele as perdoa, pois é clemente, isto é, tem disposição para perdoar os pecados delas e libertá-las. E, sendo Onipotente, o faz! “Se, pois, o Filho os libertar, vocês serão verdadeiramente livres” (João 8.36).

            Além disso, a compaixão de um filantropo por outro ser humano se dá entre pessoas do mesmo nível: de homem para homem. A compaixão de Deus, entretanto, é manifestada para com seres que lhe são em tudo inferiores. “Senhor, que é o homem para que dele tomes conhecimento? E o filho do homem, para que o estimes? O ser humano é como um sopro; os seus dias são como a sombra que passa” (Salmo 144.3, 4). Verdadeiramente, Deus é “o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!” (2 Coríntios 1.3).

            Há, contudo, uma verdade que não podemos deixar de lado: Ainda que a misericórdia do Senhor dure para sempre (seja eterna), ela é limitada! Como? Pela Sua justiça! “O Senhor é tardio em irar-se e rico em bondade; ele perdoa a iniquidade e a transgressão, mas não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e a quarta geração” (Números 14.18). O fato de Deus se compadecer da miséria humana de forma alguma implica em que Ele vá tolerar o pecado. Não! Deus não inocenta o culpado! Toda iniquidade e injustiça, inevitavelmente, receberão o julgamento de Deus.

C – A MISERICÓRDIA DE DEUS NÃO INVALIDA A SUA JUSTIÇA

            Em Sua grande misericórdia, Deus permite que se faça transferência de culpa. No Antigo Testamento, antes da vinda do Senhor Jesus ao mundo, cada pecador arrependido deveria “transferir” a sua culpa para um cordeiro inocente, imolando-o diante de Deus. Esta cerimônia, repetida muitas e muitas vezes, era uma pequena figura do sacrifício perfeito que iria ocorrer no futuro.

            Ao contemplar o Senhor Jesus Cristo, João Batista afirmou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1.29). Jesus, o próprio Filho de Deus, desceu do céu deixando a glória do Pai, a fim de tomar sobre Si as nossas culpas. Jesus “não tinha boa aparência nem formosura; olhamos para ele, mas não havia nenhuma beleza que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores e que sabe o que é padecer. E, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.

“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o considerávamos como aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.

“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca. Como cordeiro foi levado ao matadouro e, como ovelha muda diante dos seus tosquiadores, ele não abriu a boca. Pela opressão e pelo juízo, ele foi levado, e de sua linhagem, quem se preocupou com ela? Porque ele foi cortado da terra dos viventes; foi ferido por causa da transgressão do meu povo. Designaram-lhe a sepultura com os ímpios, mas com o rico esteve na sua morte, embora não tivesse feito injustiça, e nenhum engano fosse encontrado em sua boca.

“Todavia, ao Senhor agradou esmagá-lo, fazendo-o sofrer. Quando ele der a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do trabalho de sua alma e ficará satisfeito. O meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso, eu lhe darei a sua parte com os grandes, e com os poderosos ele repartirá o despojo, pois derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores. Contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (Isaías 53.2-12).

“Àquele [Jesus Cristo] que não conheceu pecado, Deus [que é o Pai de misericórdias] o fez pecado por nós, para que, nele [em Jesus Cristo], fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5.21). Na cruz do Calvário a misericórdia de Deus manifestou-se abundantemente, pois ali o Pai permitiu que fossem transferidas para o Filho as nossas culpas. Eis a razão de haver perdão para o homem miserável: o Deus misericordioso e clemente compadeceu-se da nossa miséria e dispôs-se a nos perdoar.

D – A MISERICÓRDIA DE DEUS É PARA MUITOS

Mas… estaria a humanidade inteira perdoada? Não! Lemos em Isaías 53.11 que Ele “justificará a muitos”. Não foi o pecado da humanidade toda que foi transferido para a bendita Pessoa do Senhor Jesus, apenas o pecado daqueles que nEle creem. “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3.36). Somente os que, pela fé, são lavados no sangue do Cordeiro ficam isentos de culpas. Quanto aos demais, sobre eles permanece a ira de Deus. “Se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo” (Apocalipse 20.15).

Prezado amigo, não brinque com Deus. “Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá” (Gálatas 6.7). Tenha cuidado para não se enganar com uma ideia equivocada da misericórdia e clemência de Deus. Ele é, de fato, misericordioso e clemente, mas a Sua misericórdia se restringe àqueles que depositam a fé no Senhor Jesus Cristo. Não pense que, à hora final, Deus “dará um jeitinho”. Creia em Jesus agora! “Quem é sábio atente para essas coisas e considere as misericórdias do Senhor” (Salmo 107.43).

Somente aqueles que creem em Jesus podem afirmar: “Eu, porém, pela riqueza da tua misericórdia, entrarei na tua casa e me prostrarei diante do teu santo templo, no teu temor” (Salmo 5.7).

“Portanto, meus irmãos, tendo ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos com um coração sincero, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e o corpo lavado com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel” (Hebreus 10.19-23).

“Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam, porque estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos”. (Atos 17.30-32).

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Esta série foi preparada em 1977 por Gilberto Celeti e Luiz Ricardo Monteiro da Cruz (este já está na presença do Senhor). Ela foi ministrada originalmente nas escolas públicas aos alunos do Ensino Médio. Com pequena revisão, estou postando agora na expectativa de que o SENHOR a use para bênção de muitos e para Sua glória! 

Gilberto Celeti
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MISÉRIA HUMANA X MISERICÓRDIA DIVINA

Neste mundo, observo que a miséria
Vai no sangue que percorre cada artéria;
Tão profunda é esta malignidade,
Que afeta a mim e a toda a humanidade.

A existência humana não é agradável,
O pecado é uma doença incurável;
Toda história só demonstra esta verdade:
Não há para o homem possibilidade

De livrar-se por si mesmo desta trama,
A não ser que reconheça Deus, que o ama,
E com Deus seja então reconciliado

Por Jesus que, lá na cruz, tirou o pecado;
E agora, em cada instante que se passa,
Louva a Deus por Sua clemência e livre graça.

Gilberto Celeti

“Venham também sobre mim as tuas misericórdias, Senhor, e a tua salvação, segundo a tua promessa” (Salmos 119.41).

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

ESTUDOS SOBRE DEUS - 18: DEUS É ESQUADRINHADOR DO CORAÇÃO



“Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos …” (Jeremias 17.10a).

A – O CORAÇÃO HUMANO DIANTE DE DEUS

            Em uma época de grande apostasia em Judá, veio a palavra do Senhor a Jeremias dizendo: “Antes de formá-lo no ventre materno, eu já o conhecia; e, antes de você nascer, eu o consagrei e constituí profeta às nações … Eis que ponho as minhas palavras na sua boca” (Jeremias 1.5, 9).

Assim, por quarenta anos, aquele homem escolhido por Deus falou as palavras de Deus. E não eram palavras de lisonja ou bajulação! O Senhor lhe tinha dito: “eis que hoje ponho você por cidade fortificada, por coluna de ferro e por muralha de bronze, contra todo o país, contra os reis de Judá, contra as suas autoridades, contra os seus sacerdotes e contra o seu povo” (Jeremias 1.18).

Em certa ocasião, Jeremias se levantou e, em nome do Senhor, disse:

“O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro e com ponta de diamante, gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares … Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto. Quem poderá entendê-lo? Eu, o Senhor, sondo o coração. Eu provo os pensamentos, para dar a cada um segundo os seus caminhos, segundo o fruto das suas ações” (Jeremias 17.1, 9, 10).

            Havia uma palavra dura para todos, pois o coração dos reis, dos príncipes, dos sacerdotes e de todo o povo estava manchado. Mas … o que é o coração?

            Poderíamos defini-lo como sendo aquela parte mais intima e mais central do ser humano; a sede dos pensamentos, dos sentimentos, das decisões, da própria consciência de si mesmo. A respeito do coração, a Bíblia assevera que “dele procedem as fontes da vida” (Provérbios 4.23), e traz uma infinidade de ensinos a seu respeito. Entretanto, apesar de falar tanto do coração humano, a mensagem divina tem uma só posição quanto a ele: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto. Quem poderá entendê-lo?” (Jeremias 17.9).

            Desde o Gênesis, “o Senhor viu que a maldade das pessoas havia se multiplicado na terra e que todo desígnio do coração delas era continuamente mau” (Gênesis 6.5). Desde os primórdios, como consequência da queda de Adão e Eva, aquela parte mais íntima e central do ser humano é vista pelo Deus santo como desesperadamente corrupta – “Porque do coração procedem maus pensamentos, homicídios, adultérios, imoralidade sexual, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mateus 15.19). Fica claro que aquilo que Deus disse ao povo de Judá, estende-se perfeitamente a todo ser humano, isto é, o pecado está escrito com um ponteiro de ferro, e com diamante pontiagudo gravado na tábua do seu coração. O pecado manchou, maculou o mais íntimo de cada pessoa; afetou o interior tanto quanto o exterior.

B – DEUS CONHECE OS SEGREDOS DO CORAÇÃO HUMANO

            Como podemos ter certeza de que Deus conhece os segredos do coração humano?

            Porque o nosso Deus, sendo Onisciente, esquadrinha o coração de cada um. (“Esquadrinhar” significa examinar minuciosamente, observar com cuidado, investigar, pesquisar, perscrutar.) O nosso Deus – Aquele que É – examina minuciosamente aquilo que de mais íntimo trazemos em nosso ser. Examina, pesquisa, observa e vigia! Ah, como precisamos aprender e ter ciência de que o nosso Deus – que é Luz – está pesquisando, examinando e vigiando o nosso íntimo ininterrupta e constantemente! Na verdade, Deus “conhece os segredos dos corações” (Salmo 44.21).

Davi, um homem segundo o coração de Deus (Atos13.22), ao passar o trono de Israel para seu filho Salomão, aconselhou-o: “Quanto a você, meu filho Salomão, conheça o Deus de seu pai e sirva-o de coração íntegro e espírito voluntário, porque o Senhor esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pensamento. Se você o buscar, ele se deixará achar por você; mas, se você o abandonar, ele o rejeitará para sempre. Agora tenha cuidado …” (1 Crônicas 28.9, 10). Davi bem sabia que nada há oculto aos olhos do Senhor. Deus é verdadeiramente esquadrinhador do coração!

Como nos envergonharíamos de toda a nossa hipocrisia, se nos lembrássemos de que o Deus Todo-Poderoso a investiga! Ele sabe que, disfarçado sob muitos cumprimentos e sorrisos, pode haver um coração que se revolve em lascívia e desejo maligno. Sabe que muitas vezes, por trás de longas orações, há um coração endurecido pela justiça própria e orgulho (Lucas 18.9-14). Sabe que a uma vida de religiosidade intensa pode esconder um coração exibicionista e uma consciência maculada (Mateus 23.13-36). Ele penetra todos os desígnios do pensamento.

Será que você, que tem estudado a Palavra de Deus, tem aprendido a colocar todos os motivos do seu coração diante dele? Por meio da própria palavra, Deus analisa o coração de cada homem, “porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para julgar os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e expostas aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4.12, 13).

O que leva você a estudar a Bíblia? Um desejo ardente de conhecer o Deus que conhece a sua intimidade, ou um desejo de parecer “santo” a si mesmo e aos que o rodeiam? Não se deixe enganar pelo seu coração! Cuidado! Ouça a exortação da Escritura: “Examinemos bem os nossos caminhos e voltemos para o Senhor. Levantemos o coração, juntamente com as mãos, para Deus nos céus, dizendo: Nós pecamos e fomos rebeldes …” (Lamentações 3.40-42). E lembre-se sempre da preciosa palavra do Senhor: “Vocês me buscarão e me acharão quando me buscarem de todo o coração” (Jeremias 29.13).

C – JESUS CRISTO CONHECE OS SEGREDOS DO CORAÇÃO HUMANO

Jesus Cristo, o Filho Amado de Deus, cujo “nome é Verbo de Deus” (Apocalipse 19.13), “não precisava que alguém lhe desse testemunho a respeito das pessoas, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana” (João 2.25). Certa vez, os fariseus “consultaram entre si como surpreenderiam Jesus em alguma palavra” (Mateus 22.15) e enviaram-lhe discípulos que, juntamente com os herodianos, eram como “espiões que se fingiam de justos para ver se o apanhavam em alguma palavra” (Lucas 20.20). Esses homens propuseram a Jesus a questão do tributo a ser pago a Cesar. Mas “Jesus, percebendo a maldade deles, respondeu: – Hipócritas, por que vocês estão me pondo à prova?” (Mateus 22.18).

Quão profundamente o Filho de Deus conhece o coração humano! Jesus jamais se iludiu com a multidão que o procurava. “Quando aquela multidão viu que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, entraram nos barcos e partiram para Cafarnaum à procura de Jesus. E, tendo-o encontrado no outro lado do mar, lhe perguntaram: – Mestre, quando o senhor chegou aqui? Jesus respondeu: – Em verdade, em verdade lhes digo que vocês estão me procurando não porque viram sinais, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos” (João 6.24-26).

Quantos têm buscado Jesus com motivos errados! Muitos querem usá-lo como escudo para defenderem suas ideias (sejam partidarismos políticos, econômicos, religiosos, filosóficos, educacionais, sociais e outros). É muito triste observar quanta gente se utiliza do nome bendito do Senhor Jesus Cristo para apoiar seus falsos e equivocados interesses.

Outros o buscam como uma espécie de talismã, capaz de lhes proporcionar saúde, cura, bom emprego, bom casamento, prosperidade, boa fama, posição de destaque num determinado grupo religioso etc.. Como já foi mencionado: “O próprio Jesus não confiava neles, porque conhecia a todos. E não precisava que alguém lhe desse testemunho a respeito das pessoas, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana” (João 2.24, 25).

Jesus nem mesmo se iludiu com os seus amigos mais chegados, os discípulos, pois lemos que:

“Jesus disse aos discípulos: – Serei uma pedra de tropeço para todos vocês, porque está escrito: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas’. Mas, depois da minha ressurreição, irei adiante de vocês para a Galileia.

“Então Pedro disse a Jesus: – Ainda que o senhor venha a ser um tropeço para todos, não o será para mim! Mas Jesus lhe disse: – Em verdade lhe digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes. Mas Pedro insistia com mais veemência: – Ainda que me seja necessário morrer com o senhor, de modo nenhum o negarei. E todos os outros diziam a mesma coisa.

“Então foram a um lugar chamado Getsêmani. Ali, Jesus disse aos seus discípulos: – Sentem-se aqui, enquanto eu vou orar … E logo, enquanto Jesus ainda falava, chegou Judas, um dos doze, e, com ele, uma multidão com espadas e porretes, vinda da parte dos principais sacerdotes, escribas e anciãos … Então eles agarraram Jesus e o prenderam … Então todos o deixaram e fugiram” (Marcos 14.27-32, 43, 46, 50).

“Então, prendendo Jesus, levaram-no e o introduziram na casa do sumo sacerdote. Pedro seguia de longe. Quando acenderam um fogo no meio do pátio e se assentaram juntos, Pedro tomou lugar entre eles.

“Uma empregada, vendo-o sentado perto do fogo, fixou os olhos nele e disse: – Este também estava com ele. Mas Pedro negou, dizendo: Mulher, não o conheço. Pouco depois, outro homem, ao ver Pedro, disse: – Você também é um deles. Mas Pedro disse: – Homem, eu não sou um deles. E, tendo passado cerca de uma hora, outro afirmou, dizendo: – Com certeza este também estava com ele, porque também é galileu. Mas Pedro insistiu: – Homem, não sei do que você está falando.

“E logo, enquanto Pedro ainda falava, o galo cantou. Então, o Senhor voltou-se e fixou os olhos em Pedro. E Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe tinha dito: ‘Hoje, antes que o galo cante, você me negará três vezes’. E Pedro, saindo dali, chorou amargamente” (Lucas 22.54-62).

D – CONVERTA-SE AO SENHOR DE TODO CORAÇÃO

Existem pessoas que verdadeiramente têm buscado Jesus. Contudo, esta verdade da Escritura continua valendo para tais pessoas: “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto. Quem poderá entendê-lo?” (Jeremias 17.9). Quantas vezes até estas pessoas, que buscaram Jesus, o têm negado, abandonado, seguido de longe entre os escarnecedores e, mesmo, duvidado da Sua bondade!

Considere novamente este versículo: “Então, o Senhor voltou-se e fixou os olhos em Pedro” (Lucas 22.61). Aquele que é o Esquadrinhador dos corações está fixando, neste instante, o seu olhar sobre você. “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons” (Provérbios 15.3). Não fuja deste olhar; deixe que penetre totalmente o seu coração enganoso.

Aproprie-se desta preciosa promessa de Deus, prestando atenção ao solene aviso que a acompanha: “Eu lhes darei um só coração, e porei um espírito novo dentro deles; tirarei deles o coração de pedra e lhes darei coração de carne, para que andem nos meus estatutos e guardem os meus juízos, e os executem. Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Mas, quanto àqueles cujo coração segue os seus ídolos detestáveis e as suas abominações, eu lhes darei o que merecem por seus atos, diz o Senhor Deus” (Ezequiel 11.19-21).

Após a conversão de Paulo, Jesus disse que o enviaria a pregar o evangelho aos gentios, “para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim”. E Paulo disse que não foi desobediente pois, por onde andou, sempre pregava para que as pessoas “se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento” (Atos 26.18-20).

Meus queridos leitores:

“Busquem o Senhor enquanto ele pode ser encontrado; invoquem-no enquanto ele está perto. Que o ímpio abandone o seu mau caminho, e o homem mau, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” (Isaías 55.6, 7).

“‘A palavra está perto de você, na sua boca e no seu coração’, isto é, a palavra da fé que pregamos. Se com a boca você confessar Jesus como Senhor e em seu coração crer que Deus o ressuscitou dentre os mortos, você será salvo. Porque com o coração se crês para a justiça e com a boca se confessa para a salvação” (Romanos 10.8-10).

            “Examinem-se para ver se realmente estão na fé; provem a si mesmos. Ou não reconhecem que Jesus Cristo está em vocês? A não ser que já tenham sido reprovados” (2 Coríntios 13.5).

Por fim, irmãos, façamos sempre esta oração: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 139.23, 24).

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Esta série foi preparada em 1977 por Gilberto Celeti e Luiz Ricardo Monteiro da Cruz (este já está na presença do Senhor). Ela foi ministrada originalmente nas escolas públicas aos alunos do Ensino Médio. Com pequena revisão, estou postando agora na expectativa de que o SENHOR a use para bênção de muitos e para Sua glória!

Gilberto Celeti
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DEUS SONDA O CORAÇÃO

Sondas são lançadas lá no mais profundo mar;
Outras, as galáxias, estão sempre a explorar;
Bem mais fundo que o abismo é o meu coração,
Pra sondá-lo e conhecê-lo, em cada dimensão,

Só o Deus eterno, sábio e Onisciente,
É capaz, pois Ele também é Onipotente.
Com cuidado detalhou a minha formação;
Nada em minha vida foge da Sua visão.

Se existe algo em mim que seja ofensivo,
Mau, doloso, vil, ó Deus, e seja um pecado,
Tira-me deste caminho escuro e destrutivo,

E pra o caminho eterno dá-me direção.
Sendo eu, então, por tua Graça transformado,
Minha vida a Ti entrego, em consagração!

Gilberto Celeti

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Salmos 139.23, 24).

“Examina-me, Senhor, e prova-me; sonda o meu coração e os meus pensamentos” (Salmos 26.2).

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

ESTUDOS SOBRE DEUS - 17: DEUS É BOM

 “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas. Mas aquele que se gloria, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor” (Jeremias 9.23, 24).


Escolhamos para nós o que é direito; conheçamos entre nós o que é bom” (Jó 34.4).

A – O QUE É CONSIDERADO BOM AOS OLHOS DO HOMEM?

Cada indivíduo estabelece para si mesmo uma escala de valores e, com base nessa escala, qualifica como “bom” tudo aquilo que considera útil, benéfico, de alta qualidade, produtivo, vantajoso ou que lhe cause prazer. Como nem todos têm os mesmos gostos, há uma variedade imensa de conceitos quanto àquilo que é bom. Daí muitos dizerem ser o bem algo relativo, isto é, o que é bom para uns, pode não ser para outros.

            A afirmação da Palavra de Deus – “conheçamos entre nós o que é bom” (Jó 34.4) – faz cair por terra todo e qualquer conceito quanto à relatividade do bem. Não há diferentes padrões de bem, há somente o que é bom segundo o ensino da Escritura Sagrada, a qual nos faz este solene alerta: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem chamam mal; que fazem das trevas luz e da luz fazem trevas; que mudam o amargo em doce e o doce mudam em amargo!” (Isaías 5.20).

            Você se considera bom? Há muitas pessoas que dizem:
            – Eu sou trabalhador e ganho o meu pão honestamente…
            – Eu sou bom pai e bom esposo/boa mãe e boa esposa…
            – Eu desejo o bem para todo mundo e nunca briguei com ninguém…
            – Eu não fumo, não bebo, não uso drogas e não jogo…
            – Quando eu vejo um pobre, corta-me o coração, gosto de fazer o bem…
            – Eu pratico a minha religião e tenho fé em Deus…

B – QUEM É REALMENTE BOM SEGUNDO O ENSINO DA BÍBLIA?

            Pondo-se Jesus a caminho, um homem correu ao seu encontro e, ajoelhando-se diante dele, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Jesus respondeu: Por que você me chama de bom? Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus (Marcos 10.17, 18).

Lemos no livro de Atos “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder. Jesus andou por toda parte, fazendo o bem e curando todos os oprimidos do diabo, porque Deus estava com ele” (Atos 10.38). Por onde Jesus passou, a multidão maravilhada dizia: “Tudo ele tem feito muito bem” (Marcos 7.37). Jesus deixou patente que, fora do Deus Triúno, não existe um só indivíduo que possa ser chamado bom.

Portanto, “celebrem com júbilo ao Senhor, todas as terras. Sirvam ao Senhor com alegria, apresentem-se diante dele com cântico. Saibam que o Senhor é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio. Entrem por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendam-lhe graças e bendigam o seu nome. Porque o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade” (Salmo 100.1-5).

C – A CRIAÇÃO DO UNIVERSO MOSTRA QUE DEUS É BOM

            “O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias permeiam todas as suas obras” (Salmo 145.9).

“No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gênesis 1.1). No relato perfeito da criação do Universo, que a Bíblia nos apresenta em seu primeiro capítulo, repete-se, ao final de cada dia da criação a expressão: “E Deus viu que isso era bom” (vs. 4, 10, 12, 18, 21, 25). Ao término de tudo, havendo criado o homem, “Deus viu tudo o que havia feito, e eis que era muito bom” (Gênesis 1.31).

O Senhor, que é bom, tendo considerado boa toda a criação que fizera, colocou o homem – coroa dessa criação – num jardim, “e o Senhor Deus ordenou ao homem: De toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá” (Gênesis 2.16, 17).

D – O MALIGNO COLOCA EM DÚVIDA A BONDADE DE DEUS

            Satanás, o pai da mentira, “cheio de todo o engano e de toda a maldade, inimigo de toda a justiça”, querendo “perverter os retos caminhos do Senhor” (Atos 13.10), aproximou-se da mulher e, referindo-se ao fruto proibido, disse: “É certo que vocês não morrerão. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerem, os olhos de vocês se abrirão e, como Deus, vocês serão conhecedores do bem e do mal” (Gênesis 3.4, 5).

            O intuito do diabo ao fazer tal sugestão ficou muito evidente: por meio da sua mentirosa afirmação, queria levar Adão e Eva a supor que Deus não é bom, pois estava negando alguma coisa “boa” às suas criaturas.

            E o que aconteceu? “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto e comeu; e deu também ao marido, e ele comeu. Então os olhos de ambos se abriram; e, percebendo que estavam nus, costuraram folhas de figueira e fizeram cintas para si. Ao ouvirem a voz do Senhor Deus, que andava no jardim quando soprava o vento suave da tarde, o homem e a sua mulher se esconderam da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim” (Gênesis 3.6-8).

            Tendo ouvido a sugestão de Satanás, que colocava em dúvida a bondade de Deus, Adão e Eva experimentaram, imediatamente, a consequência do seu funesto erro: viram-se nus, e ao ouvir voz do Deus Santo e Bom, que antes lhes era prazerosa, eles se esconderam.

            Assim foi a entrada do pecado no mundo: “… por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram” (Romanos 5.12). O homem tornou-se conhecedor do bem e do mal. O Deus Triúno disse: “Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal” (Gênesis 3.22). Por conta disso – e esta é a tragédia –, tornou-se impotente para praticar o bem e viu-se dominado pelo mal, como lemos: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim, mas não o realizá-lo. Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço” (Romanos 7.18, 19).

            Só Deus conhece perfeitamente o bem e o mal e somente Deus é Bom e faz o bem, “pois ele é bondoso até para os ingratos e maus” (Lucas 6.35). Os homens conhecem o bem e o mal, e são maus e fazem o mal. “São sábios para o mal e não sabem fazer o bem” (Jeremias 4.22).

E – A HISTÓRIA DA HUMANIDADE MOSTRA QUE DEUS É BOM

            No decorrer da história da humanidade fica patente que Deus é benigno até para com os maus, ao passo que entre os homens “todos se desviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Salmo 14.3); e ainda mais, o homem é ingrato para com o Deus que é bom. Reflita nestes fatos:

a. A queda do homemNa própria ocasião em que o homem colocou em dúvida a bondade do Eterno Deus, este deu uma prova tocante da Sua Infinita bondade, indo à procura do homem e indagando: “Onde você está?”. A resposta de Adão foi: “Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi. Deus perguntou: Quem lhe disse que você estava nu? Você comeu da árvore da qual ordenei que não comesse?” (Gênesis 3.9-11). E Deus não só o procurou, como “fez roupas de peles, com as quais vestiu Adão e sua mulher” (Gênesis 3.21).

b. A história de CaimCaim “era do Maligno e matou o seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más …” (1 João 3.12). Caim, que era mentiroso e arrogante, mesmo assim experimentou a bondade do Senhor, que “pôs um sinal em Caim para que, se alguém viesse a encontrá-lo, não o matasse” (Gênesis 4.15).

c. A nação de IsraelFoi a nação escolhida por Deus, que em circunstâncias incontáveis experimentou a bondade do Senhor, apesar da sua constante rebeldia. É só examinar os Salmos 105 e 106, por exemplo. Também Isaías 63.7-10. E ainda esta tocante oração de Neemias, que revela claramente a realidade da bondade de Deus:

“E lhes concedeste o teu bom Espírito, para os ensinar. Não lhes negaste o teu maná, para poderem comer, e lhes deste água quando tiveram sede. Durante quarenta anos tu os sustentaste no deserto, e nada lhes faltou; as roupas que eles usavam não envelheceram, e os seus pés não ficaram inchados.

“Também lhes deste reinos e povos, cujas terras repartiste entre eles … Multiplicaste os seus filhos como as estrelas do céu e os trouxeste à terra que tinhas prometido aos seus pais, dizendo que nela deveriam entrar. Os filhos deles entraram e tomaram posse da terra. Subjugaste diante deles os moradores da terra, os cananeus, e os entregaste nas mãos deles, com os reis e os povos da terra, para fazerem com eles o que bem quisessem.

“Conquistaram cidades fortificadas e terra fértil; tomaram posse de casas cheias de todo tipo de coisas boas, cisternas cavadas, vinhas e olivais e árvores frutíferas em abundância. Comeram, se fartaram, engordaram e viveram em delícias, pela tua grande bondade.

“Ainda assim foram desobedientes e se revoltaram contra ti; viraram as costas à tua Lei e mataram os teus profetas, que testemunhavam contra eles, para os fazerem voltar a ti; e cometeram grandes blasfêmias. Por isso tu os entregaste nas mãos dos seus inimigos, que os oprimiram. Mas no tempo da sua angústia, clamaram a ti e dos céus tu os ouviste; e, segundo a tua grande misericórdia, lhes deste libertadores que os salvaram das mãos dos que os oprimiam.

“Porém, quando se viam em descanso, tornavam a fazer o mal diante de ti, e tu os abandonavas nas mãos dos seus inimigos, para que dominassem sobre eles. Mas, quando se converteram e clamaram a ti, tu os ouviste dos céus e, segundo a tua misericórdia, os livraste muitas vezes.

“Testemunhaste contra eles, para que voltassem à tua lei. Porém eles se mostraram arrogantes e não deram ouvidos aos teus mandamentos. Pecaram contra os teus juízos, pelos quais aquele que os cumprir viverá. Em sua rebeldia voltaram as costas, foram teimosos e não quiseram ouvir.

“No entanto, tu os aturaste durante muitos anos e testemunhaste contra eles pelo teu Espírito, por meio dos teus profetas. Porém eles não quiseram ouvir e por isso os entregaste nas mãos dos povos de outras terras. Mas, pela tua grande misericórdia, não acabaste com eles nem os abandonaste, porque tu és Deus clemente e misericordioso” (Neemias 9.20-31).

F – A MAIOR PROVA DE QUE DEUS É BOM

            Todas as outras demonstrações da bondade de Deus tornam-se pálidas ao contemplarmos Sua bondade em salvar o pecador, tornando-o Seu filho e herdeiro, pois “quando se manifestou a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor por todos, ele nos salvou, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia. Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” (Tito 3.4-7).

            “Escolhamos para nós o que é direito; conheçamos entre nós o que é bom” (Jó 34.4). Neste estudo, falamos sobre Aquele que é bom. Será que você já tem a “a experiência de que o Senhor é bondoso?” (1 Pedro 2.3).

  • “Bom e reto é o Senhor, por isso aponta o caminho aos pecadores” (Salmo 25.8).
  • “Jesus respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6).
  • “Provem e vejam que o Senhor é bom; bem-aventurado é quem nele se refugia” (Salmo 34.8).
  • “O Senhor é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que nele se refugiam” (Naum 1.7).

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Esta série foi preparada em 1977 por Gilberto Celeti e Luiz Ricardo Monteiro da Cruz (este já está na presença do Senhor). Ela foi ministrada originalmente nas escolas públicas aos alunos do Ensino Médio. Com pequena revisão, estou postando agora na expectativa de que o SENHOR a use para bênção de muitos e para Sua glória!

Gilberto Celeti
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JESUS CRISTO, O REAL E BOM AMIGO

Águas calmas, parecendo até paradas,
De repente vão ficando agitadas;
Pode ser que um forte vento vem soprando,
Ou é a pedra que alguém está jogando.

Quando crescem ondas de ansiedade,
E os fatos trazem perplexidade …
Quando o coração se enche de amargura,
E a revolta deixa até a face dura …

Quando a inveja é vento forte que assobia,
E as maldades se apresentam a cada dia …
Quando pedras de escárnio são lançadas,
E injustiças estão sendo praticadas …

Quando andar corretamente não compensa,
Pois o certo só provoca desavença …
Quando vai se embora toda a confiança,
E qual névoa se desfaz a esperança …

Percebamos que é tudo vaidade,
O que importa mesmo, aqui e na eternidade,
É ter Cristo preenchendo a nossa alma,
Produzindo em nós surpreendente calma.

Deus é bom, e é preciso proclamar:
O segredo é sempre nEle confiar!
O que vale mesmo, ó Cristo, é estar contigo,
Meu refúgio eterno, meu bondoso amigo.

Gilberto Celeti

“Quanto a mim, bom é estar perto de Deus; faço do Senhor Deus o meu refúgio, para proclamar todas as suas obras” (Salmo 73.28).