quarta-feira, 22 de novembro de 2023

ESTUDOS SOBRE DEUS: 14 - DEUS É SANTO

 


Ao ler estes versículos, procure visualizar a cena em sua mente: “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele. Cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. Os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e o templo se encheu de fumaça. Então eu disse: Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Isaías 6.1-5).

Prezado estudante da Palavra de Deus: “O Senhor … está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Habacuque 2.20). Aqueles que, contemplando o Senhor no Seu santo templo, ouvem os serafins que clamam “uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Isaías 6.3), que palavras poderão proferir a não ser as mesmas que proferiu o profeta Isaías: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Isaías 6:5), não é mesmo? E que atitude poderão assumir senão a de humilde reverência, como a dos serafins que cobriam o rosto e os pés? (Note-se que o cobrir o rosto e os pés indica a totalidade do ser – “dos pés à cabeça”).

A – A GLORIOSA E SUBLIME SANTIDADE DE DEUS

Em todo o imenso universo existe apenas Um ser, diante de quem se clama: “Santo, santo, santo”, como podemos verificar em Apocalipse 4.1-8:

“Depois destas coisas, olhei, e eis que havia uma porta aberta no céu. E a primeira voz que ouvi, que era como de trombeta ao falar comigo, disse: Suba até aqui, e eu lhe mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas. Imediatamente eu me achei no Espírito, e eis que havia um trono armado no céu, e alguém estava sentado no trono. E esse que estava sentado era semelhante, no aspecto, à pedra de jaspe e ao sardônio, e ao redor do trono havia um arco-íris semelhante, no aspecto, à esmeralda.

“Ao redor do trono havia também vinte e quatro tronos, e neles estavam sentados vinte e quatro anciãos, vestidos de branco e com coroas de ouro na cabeça. Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, estavam acesas sete tochas de fogo, que são os sete espíritos de Deus.

“Diante do trono havia algo como um mar de vidro, semelhante ao cristal. No meio do trono e à volta do trono havia também quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás. O primeiro ser vivente era semelhante a um leão, o segundo era semelhante a um novilho, o terceiro tinha o rosto semelhante ao de ser humano e o quarto ser vivente era semelhante à águia quando está voando.

“E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estavam cheios de olhos, ao redor e por dentro. Não tinham descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: ‘Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.’”

            Existe Alguém, ao redor de quem os serafins clamam, cobrindo o rosto e os pés por sentirem-se insuficientes. Diante desse Alguém, quatro seres viventes da mais alta percepção (“cheios de olhos por diante e por detrás … cheios de olhos, ao redor e por dentro” – vs. 6 e 8) não cessam de proclamar lhe a santidade. Esse Alguém, que é Único, é o Deus Santíssimo, diante de quem toda a terra tem de se calar e todo homem tem de se cobrir. Veja Salmo 46.10 e Salmo 99.5.

            Nunca homem algum poderia definir ou mesmo compreender a santidade de Deus, Contudo, cremos que, diante da visão que o Espírito Santo registra em Apocalipse, podemos aprender algumas lições preciosas quanto a este atributo do Deus Triúno.

B – A SANTIDADE DE DEUS É SOBREMANEIRA BELA E INCOMPARÁVEL

            “‘Com quem vocês vão me comparar? A quem eu seria igual?’ diz o Santo” (Isaías 40.25). Tal é o resplendor de Deus, “o Alto, o Sublime, que habita a eternidade e cujo nome é Santo” (Isaías 57.15), que o Seu Espírito lançou mão da seguinte expressão para descrevê-lo: “Esse que estava sentado era semelhante, no aspecto, à pedra de jaspe e ao sardônio” (Apocalipse 4.3). O jaspe e o sardônio combinados (de cor avermelhada) nos dão ideia de um fulgor e beleza indescritíveis; daí o fato de se descrever o rosto do Senhor Jesus Cristo, lá na glória, como brilhante “como o sol na sua força” (Apocalipse 1.16).

A santidade de Deus é sobremaneira bela, e Deus exige que O adoremos “na beleza da sua santidade” (Salmo 96.9). Ele é o único que é digno de adoração. Ele é Santo! “Ninguém é santo como o Senhor, porque não há outro além de ti, e não há rocha como o nosso Deus” (1 Samuel 2.2).

A Bíblia ensina que ser santo é estar separado. O Deus Santo, por Sua própria natureza, é absolutamente separado de tudo e de todos, para receber de tudo e de todos a adoração que lhe é devida. “Adorem o Senhor na beleza da sua santidade; tremam diante dele, todas as terras” (Salmo 96.9).

Entretanto, o que o ser humano tem feito?

Tem colocado coisas em pé de igualdade com o Santo Deus incomparável! Em sua própria loucura, o ser humano tem pensado que pode separar (isto é, santificar, canonizar) objetos, locais, animais, pessoas e até mesmo anjos (quer sejam bons – os chamados “anjos da guarda”; quer sejam maus – “os demônios”), para diante deles se prostrar em adoração.

  • Que santidade há em um pedaço de mármore extraído de uma terra maculada pelo pecado e considerada maldita por Deus? (Veja Gênesis 3.17.)
  • Que santidade há nas águas do mar, impossibilitadas até mesmo de dessedentar um pobre cão?
  • Que santidade há nas chamadas “cidades santas”, onde salta à vista a exploração comercial e a imoralidade?
  • Que santidade há em uma gravura ou uma estatueta de barro ou gesso, que facilmente podem ser danificadas e destruídas?
  • Que santidade há em uma pobre vaca a mugir no pasto, impossibilitada de se livrar dos próprios bernes que lhe fustigam o couro?
  • Que santidade há na mais digna, humilde e generosa das criaturas humanas, cujas justiças a palavra de Deus descreve como trapo de imundícia? (Veja Isaías 64.6.)
  • Que santidade pode haver em anjos decaídos, compactuados com Satanás, os quais, ainda que transformados em anjos de luz, são cheios de todo o engano e de toda a maldade, inimigos de toda a justiça, e nunca cessam “de perverter os retos caminhos do Senhor?” (Atos 13.10).
  • Que santidade há nos anjos de Deus a quem ele “atribui imperfeições?” (Jó 4.18).

Em nome de Deus, que é Santo, lançamos um solene anátema sobre tudo aquilo que o homem canoniza, pois somente o Senhor “reina … Ele está entronizado acima dos querubins … O Senhor é grande em Sião e está exaltado acima de todos os povos. Celebrem eles o teu nome grande e tremendo, porque é santo” (Salmo 99.1-3).

C – A SANTIDADE DE DEUS É PURA

            “Diante do trono havia algo como um mar de vidro, semelhante ao cristal” (Apocalipse 4.6). O cristal é um vidro muito límpido e puro. O mar nos dá sempre a ideia de imensidão e separação.

  • Deus é imensamente límpido, imensamente puro, imensamente separado do pecado. Santo! Santo! Santo!

“Não és tu desde a eternidade, ó Senhor, meu Deus, ó meu Santo? …Tu és tão puro de olhos, que não podes suportar o mal nem tolerar a opressão …” (Habacuque 1.12, 13).

            Quando contemplamos o Senhor Jesus Cristo na cruz, sendo feito pecado por nós, vemos a completa pureza da santidade de Deus, que levou o Pai a desviar do Filho o Seu olhar, o que fez Jesus clamar “em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactani? Isso quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27.46). Naquele instante, quando era derramado o sangue do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29), houve trevas sobre toda a terra (Mateus 27.45). “E Jesus clamando outra vez em alta voz, entregou o espírito. Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas se partiram” (Mateus 27.50,51). Então, “o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Verdadeiramente este homem era justo. E todas as multidões reunidas para aquele espetáculo, vendo o que havia acontecido, retiraram-se, batendo no peito” (Lucas 23.47, 48).

            Se o Filho, “que não conheceu pecado” (2 Coríntios 5.21), sofreu o terrível desamparo de Deus ao lhe serem imputados os pecados dos que nEle creem, que diremos dos pecadores, “mortos (separados de Deus) em suas transgressões e pecados” (Efésios 2.1), senão que haverão de sofrer “penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” (2 Tessalonicenses 1.9).

            Desse modo, se cumprirá o que está escrito em Apocalipse 20.15: “E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo.”

D – A SANTIDADE DE DEUS EXIGE JUÍZO E PROPORCIONA ESPERANÇA

“E esse que estava sentado era semelhante, no aspecto, à pedra de jaspe e ao sardônio, e ao redor do trono havia um arco-íris semelhante, no aspecto, à esmeralda” (Apocalipse 4.3). A primeira vez que a Escritura Sagrada faz referência ao arco-íris é no livro de Gênesis. Depois de ter destruído o mundo por causa da iniquidade, salvando Noé, sua família e um casal de cada espécie de animal, Deus afiançou ao seu servo Noé que não tornaria a destruir a criação por meio de um dilúvio. O arco-íris foi um sinal visível do Deus Santo que executou juízo sobre o pecado, preservando, contudo, os seus escolhidos.

“O Senhor é fiel em todas as suas palavras e santo em todas as suas obras” (Salmo 145.13). Não podendo, no entanto, tolerar o pecado diante de Si, o Senhor alertou que haverá de destruir todo o universo por meio do fogo: “os céus e a terra que agora existem têm sido guardados para o fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e da destruição dos ímpios” (2 Pedro 3.7).

A esmeralda, de cor verde e límpida, nos faz pensar que houve uma esperança para Noé quando Deus, que é santo em todas as Suas obras, executou o Seu juízo sobre a terra. Bendito seja Deus – que é Santo, Santo, Santo –, uma vez que hoje há também para a humanidade uma porta de esperança! Jesus afirmou: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, sairá e achará pastagem” (João 10.9).

Ao afirmarmos que Deus é santo em todas as Suas obras, estamos asseverando que Ele é santo no exercer os seus juízos (e por exercê-los) e santo no salvar o pecador (e por salvá-lo).

Temos a grande prova desta verdade preciosa na cruz do Calvário. O próprio Deus, enviando o Seu Filho ao mundo, permitiu que este sofresse, sendo “traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados” (Isaías 53.5). O castigo caiu sobre o Senhor Jesus para que tenhamos perdão, salvação, paz, vida eterna. Jesus foi o nosso Substituto.

A santidade de Deus é de caráter duplo: por um lado exige que o pecado seja castigado, e então retirado, e por outro que a justiça seja introduzida, tornando o pecador aceitável diante de Sua presença, reconciliado com Deus. Na cruz, podemos contemplar, a um só tempo, o juízo e a graça! Por esta razão está escrito: “quando vocês estavam mortos nos seus pecados … ele [Deus Pai] lhes deu vida juntamente com Cristo, perdoando todos os nossos pecados. Cancelando o escrito de dívida que era contra nós … o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz” (Colossenses 2.13, 14). Sim, foi em Jesus, ali na cruz do Calvário que “a graça e a verdade se encontraram, a justiça e a paz se beijaram” (Salmo 85.10).

Deus perdoou real e totalmente todos os delitos daqueles por quem Cristo morreu (e aqui temos preciosíssima prova de Sua graça); mas, para isso, Deus teve que encravar na cruz o escrito da dívida que havia contra nós (exercício do Seu juízo). O pecado não tolerado e a graça abundante se encontraram na cruz. O Filho de Deus, “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.21).

Agora, estando justificados por Deus, temos esperança e podemos atender à recomendação do apóstolo Pedro:

“Por isso, preparando o seu entendimento, sejam sóbrios e esperem inteiramente na graça que lhes está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos obedientes, não vivam conforme as paixões que vocês tinham anteriormente, quando ainda estavam na ignorância.

“Pelo contrário, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, porque está escrito: Sejam santos, porque eu sou santo.

“E, se vocês invocam como Pai aquele que, sem parcialidade, julga segundo as obras de cada um, vivam em temor durante o tempo da peregrinação de vocês, sabendo que não foi mediante coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que seus pais lhes legaram, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula.

“Ele foi conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês. Por meio dele, vocês creem em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, para que a fé e a esperança de vocês estejam em Deus” (1 Pedro 1.13-21).

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Esta série foi preparada em 1977 por Gilberto Celeti e Luiz Ricardo Monteiro da Cruz (este já está na presença do Senhor). Ela foi ministrada originalmente nas escolas públicas aos alunos do Ensino Médio. Com pequena revisão, estou postando agora na expectativa de que o SENHOR a use para bênção de muitos e para Sua glória!

Gilberto Celeti
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A SANTIDADE DE DEUS – SALMO 99

Poderoso Rei, que exalta a justiça,
E que firma eternamente a equidade;
Deus, que faz da santidade sua premissa,
Seu governo é baseado na verdade.

Criador do Universo, Soberano,
O Seu Nome é excelso e tremendo.
Sabiamente ele executa o seu plano;
Ofendê-lo e desonrá-lo é horrendo.

Sacerdotes invocaram o Seu Nome,
Entre eles Samuel, Moisés e Arão;
E também pode invocá-lo todo homem,
Que contrito o busca, e de coração.

Deus atende e perdoa o vil pecado,
Pois criou um meio para fazer isto:
Um Cordeiro, que na cruz foi castigado
Pra tirar o mal, e este é Jesus Cristo!

Ao Deus Pai, o Santo Deus, glorifiquemos!
Ao Deus Filho, o Santo Cristo, exaltemos!
Ao Espírito, que é Santo, escutemos!
Ao Deus Trino, Santo, Santo, adoremos!

Gilberto Celeti

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