quinta-feira, 14 de setembro de 2023

ESTUDOS SOBRE DEUS: 04 – SUA COEXISTÊNCIA (II)

 04 – SUA COEXISTÊNCIA (II) – RELAÇÕES E FUNÇÕES DA TRINDADE

Ficou estabelecido no estudo anterior que as Escrituras testificam claramente da Triunidade de Deus. Agora, cremos que trará grande proveito compreender o que comumente chama-se “economia da Triunidade”, ou seja, as relações e as funções que cada uma da três Pessoas do Deus Triúno exercem.

A – DEUS PAI

a) O nomeO nome “Pai”, que comumente usamos em referência à primeira Pessoa da Santíssima Trindade, tem na Palavra de Deus duas aplicações:

1. Pode referir-se ao Deus Triúno em suas relações com o povo de Israel – “Mas agora, Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, e tu és o nosso oleiro; e todos nós somos obra das tuas mãos” (Isaías 64.8).

2. Ou refere-se exclusivamente à primeira Pessoa da Triunidade – “Deus ressuscitou este Jesus, e disto todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à direita de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vocês estão vendo e ouvindo” (Atos 2.32, 33).

b) As relações entre o Pai e o Filho:

1. Recíprocas:

i) De unidade – “Eu e o Pai somos um” (João 10.30).

ii) De intimidade – “Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho …” (Mateus 11.27).

iii) De amor – “Porque o Pai ama o Filho …” (João 5.20); e “… que eu amo o Pai e que faço como o Pai me ordenou” (João 14.31).

iv) De glória – “Quem me glorifica é o meu Pai” (João 8.54); e “… a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (João 14.13).

2. Unilaterais:

i) De autoridade – “Em verdade, em verdade lhes digo que o Filho nada pode fazer por si mesmo, senão somente aquilo que vê o Pai fazer; porque tudo o que este fizer, o Filho também faz” (João 5.19).

ii) De missão – “… porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou” (João 8.42).

iii) De delegação – “O Pai ama o Filho e entregou todas as coisas nas mãos dele” (João 3.35).

c) As relações entre o Pai e o Espírito Santo

i) De missão – “Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome …” (João 14.26).

B – DEUS FILHO

a) O nome: “Filho” é a palavra usada na Sagrada Escritura para nos apresentar Jesus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Este nome ressalta dois aspectos de grande importância a respeito de Jesus:

1. Sua perfeita divindade – “Antigamente, Deus falou, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, mas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também fez o universo. O Filho, que é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela sua palavra poderosa, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas …” (Hebreus 1.1-3).

2. Sua perfeita eternidade – “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (João 1.1-3); e “Ele nos libertou do poder das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado … Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas …” (Colossenses 1.13, 16, 17).

b) As relações entre o Pai e o Filho:

1. Recíprocas: Já foram vistas no tópico anterior.

2. Unilaterais:

i) De dependência – “Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade lhes digo que o Filho nada pode fazer por si mesmo, senão somente aquilo que vê o Pai fazer; porque tudo o que este fizer, o Filho também faz” (João 5.19).

ii) De obediência – “Eu te glorifiquei na terra, realizando a obra que me deste para fazer” (João 17.4).

iii) De revelação – “Ninguém jamais viu Deus; o Deus unigênito, que está junto do Pai, é quem o revelou” (João 1.18).

c) As relações entre o Filho e o Espírito Santo:

i) De missão – “Quando, porém, vier o Consolador, que eu enviarei a vocês da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim” (João 15.26).

C – DEUS ESPÍRITO SANTO

a) O nome: O nome “Espírito Santo” é aplicado à terceira Pessoa da Santíssima Trindade, tanto no Velho Testamento – “Não me lances fora da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito” (Salmo 51.11); como no Novo Testamento – “Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo …” (Atos 1.8). Entretanto, é mais amplamente usado no Novo Testamento.

A Bíblia apresenta diversos nomes designativos desta Pessoa Bendita, entre os quais: “Espírito” (Efésios 4.3), “Espírito de Deus” (Efésios 4.30), “Espírito da Verdade” (João 16.13), “Espírito de Jesus” (Atos 16.7), “Espírito de Cristo” (Romanos 8.9) e outros.

Note-se que o adjetivo “Santo” aplicado ao nome do Espírito ajuda-nos a compreender sua natureza santa, bem como sua missão de revelar-nos a santidade da Triunidade.

b) As relações entre o Espírito e o Filho e o Pai:

i) De intimidade – “Pois quem conhece as coisas do ser humano, a não ser o próprio espírito humano, que nele está? Assim, ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus” (1 Coríntios 2.11).

ii) De procedência – “Quando, porém, vier o Consolador, que eu enviarei a vocês da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede …” (João 15.26). Note-se que a palavra procedência expressa a ideia de ter sido enviado para uma obra específica.

c) A personalidade do Espírito Santo

Há muitos que, com a mente anuviada pelo engano, querem afirmar ser o Espírito Santo uma força ou uma influência, e não uma Pessoa. Tal ideia vem contradizer o ensino límpido da Escritura.

1. Há muitas passagens na Bíblia que apresentam distinção entre o Espírito e o Seu poder – “Então Jesus, no poder do Espírito …” (Lucas 4.14); “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder …” (Atos 10.38); “E o Deus da esperança encha vocês de toda alegria e paz na fé que vocês têm, para que sejam ricos de esperança no poder do Espírito Santo” (Romanos 15.13).

2. São atribuídas ao Espírito Santo características próprias de uma Pessoa:

i) Ele tem inteligência – “Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse ensinará a vocês todas as coisas e fará com que se lembrem de tudo o que eu lhes disse” (João 14.26).

ii) Ele tem vontade – “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas essas coisas, distribuindo-as a cada um, individualmente, conforme ele quer” (1 Coríntios 12.11).

iii) Ele tem sentimentos – “E não entristeçam o Espírito Santo de Deus …” (Efésios 4.30).

iv) Ele fala – “Então o Espírito disse a Filipe: Aproxime-se dessa carruagem e acompanhe-a” (Atos 8.29).

v) Ele guia – “Porém, quando vier o Espírito da verdade, ele os guiará em toda a verdade” (João 16.13).

vi) Ele confirma – “O próprio Espírito confirma ao nosso espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8.16).

No próximo estudo verificaremos a harmonia da Trindade em suas ações.

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Esta série foi preparada em 1977 por Gilberto Celeti e Luiz Ricardo Monteiro da Cruz (este já está na presença do Senhor). Ela foi ministrada originalmente nas escolas públicas aos alunos do Ensino Médio. Com pequena revisão, estou postando agora na expectativa de que o SENHOR a use para bênção de muitos e para Sua glória!

Gilberto Celeti

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TRINO DEUS

Trino Deus – cujo amor é infinito,
Que abençoas com Tua graça ao aflito –,
Te darei louvor eterno, Deus bendito!

Trino Deus – que o universo bem comandas –,
Te contemplo com amor, com gratidão
E louvor pela preciosa redenção.

Trino Deus – que a história bem controlas –,
Canto alegre teu favor e teu cuidado!
Te adoro, pois não podes ser frustrado.

Trino Deus – cujo projeto executas
Com a mais perfeita longanimidade –,
Te admiro! Vejo em tudo Tua bondade.

Trino Deus – cujo poder é imensurável –,
Tudo fazes com total sabedoria.
Meu prazer é adorar-te cada dia!

Gilberto Celeti

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