quarta-feira, 27 de setembro de 2023

ESTUDOS SOBRE DEUS - 06 DEUS É ESPÍRITO

 Temos lidado com tremendos mistérios! Quem pode tocar as profundezas do Deus vivo e deixar de exclamar: “Com quem vocês querem comparar Deus? Com que imagem vocês o podem confrontar?” (Isaías 40.18). Ah! O Deus verdadeiro, Aquele que se revela aos homens por tão variadas maneiras, a ninguém ou a nada pode ser comparado. É completo, perfeito, único!


Mas – bendito seja o Seu nome eternamente – Ele se tem revelado em Sua Palavra, apresentando-nos alguns de Seus atributos (aquelas qualidades perfeitas que em Si mesmo Ele tem), por meio dos quais nos dá indicações preciosas de Si. Todo estudante da Palavra de Deus fará bem em separar tempo a fim de analisar tais qualidades.

A – DEUS É ESPÍRITO

Certa ocasião, durante o ministério terrestre de Jesus Cristo, o Verbo de Deus, Ele conversava com uma mulher samaritana à beira de uma fonte de água, a fonte de Jacó (João 4.1-26). Em um dando momento, aquela mulher lhe disse: “Nossos pais adoravam neste monte, mas vocês dizem que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Jesus respondeu: Mulher, acredite no que digo: vem a hora em que nem neste monte nem em Jerusalém vocês adorarão o Pai. Vocês adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora — e já chegou — em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. Porque são esses que o Pai procura para seus adoradores. Deus é Espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (João 4.20-24).

Este diálogo nos dá uma definição clara do que Deus é: “Espírito”. Porém, não apenas isto, mas nos apresenta a loucura do coração humano ao tentar adorá-lo por meio de representações materiais (imagens, animais, astros etc.), ou ao confinar a adoração a Ele a limitações de espaço como praias, montanhas, cidades “santas” (Aparecida, Juazeiro do Norte, Bonfim, Meca, Roma, Jerusalém etc.), e até mesmo templos.

B – ESPÍRITO VERSUS MATÉRIA

Para melhor compreendermos o significado da palavra “espírito”, vale a pena confrontá-la com a palavra “matéria”. Ficaremos impressionados ao constatarmos que todas as coisas que conhecemos ou pertencem ao mundo material ou pertencem ao mundo espiritual. Tudo que percebemos por meio dos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) pertence ao mundo material. Assim, toda a terra, o céu e o mar são caracterizados por aquilo que é material, isto é, aquilo que não tem pensamento, sentimento, vontade ou reflexão; estas são características do mundo espiritual.

O fato de Deus ser Espírito (“Deus é Espírito” – João 4.24), sem substância material e livre de todas as limitações materiais, Incorpóreo (“… um espírito não tem carne nem ossos …” – Lucas 24.39), e Invisível (“… a quem ninguém jamais viu, nem é capaz de ver …” – 1 Timóteo 6.16) implica em que somente em espírito Ele deve ser adorado; nunca pelos sentidos do corpo ou por meio de representações materiais.

O ser humano é sempre tentado a andar por aparência. Gostamos daquilo que podemos apalpar ou sentir. E a grande luta entre Deus e aqueles que desejam conhecê-lo tem sido, repetidas vezes, a mesma: evitar que se escravizem à forma, à matéria e ao que é sensorial, libertando-os para que possam adorá-lo em espírito e em verdade.

As páginas da Bíblia estão repletas de exortações neste sentido:

“TENHAM CUIDADO Guardem bem a sua alma. Porque vocês não viram aparência nenhuma no dia em que o Senhor, o Deus de vocês, lhes falou em Horebe, no meio do fogo. Portanto, TENHAM CUIDADO para não se corromperem e fazerem para si alguma imagem esculpida na forma de ídolo, semelhança de homem ou de mulher, semelhança de algum animal que há na terra, semelhança de alguma ave que voa pelos céus, semelhança de algum animal que rasteja sobre a terra, semelhança de algum peixe que há nas águas debaixo da terra. Quando levantarem os olhos para os céus e virem o sol, a lua e as estrelas, a saber, todo o exército dos céus, cuidem para que vocês não sejam seduzidos a inclinar-se diante deles e prestar culto a essas coisas que o Senhor, seu Deus, repartiu a todos os povos debaixo dos céus … TENHAM O CUIDADO de não se esquecer da aliança que o Senhor, seu Deus, fez com vocês. Não façam para si nenhuma imagem esculpida, semelhança de alguma coisa que o Senhor, o Deus de vocês, proibiu” (Deuteronômio 4.15-19, 23).

“Também sabemos que o Filho de Deus já veio e nos tem dado entendimento para reconhecermos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. Filhinhos, CUIDADO com os ídolos!” (1 João 5.20, 21).

“Portanto, meus amados, FUJAM da idolatria” (1 Coríntios 10.14).

C – COMO PODEMOS ADORAR A DEUS EM ESPÍRITO?

Interessante é notarmos que o homem, criado à imagem e semelhança de Deus, é em si uma combinação do material com o espiritual. Lemos em Gênesis 2.7 que “então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente”. Três etapas na formação do homem: pó – fôlego de vida – ser vivente. Assim, cada ser humano constitui-se numa unidade composta de espírito, alma e corpo (Compare com 1 Tessalonicenses 5.23 que diz: “O mesmo Deus da paz os santifique em tudo. E que o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”). Considere estas três partes:

a) O corpo é a sede do mundo físico.

b) A alma é a sede da personalidade.

c) O espírito é a sede das realidades espirituais.

O espírito, esta realidade imaterial do homem, é eterno, assim como Deus também é eterno.

Na verdade, por causa do pecado, o homem está morto espiritualmente; e, a menos que conheça a verdade (“Jesus respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” – João 14.6); e seja libertado do pecado (“… o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” – 1 João 1.7), vindo a nascer do Espírito (“Jesus respondeu: Em verdade, em verdade lhe digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não fique admirado por eu dizer: Vocês precisam nascer de novo” – João 3.5-7), não poderá ser um verdadeiro adorador.

Qualquer adoração ao Pai, que não provém de um coração e uma consciência purificados no sangue de Cristo
e vivificados pelo Espírito Santo, é idolatria!

Sempre há quem deseje trocar “a glória do Deus incorruptível por imagens semelhantes ao ser humano corruptível, às aves, aos quadrúpedes e aos répteis” (Romanos 1.23). Quão felizes são aqueles que chegam ao conhecimento da verdade, sendo libertos por ela (“Se, pois, o Filho os libertar, vocês serão verdadeiramente livres” – João 8.36), pois, como lemos em 1 Coríntios 6.17: “aquele que se une ao Senhor é um só espírito com ele”. Então a verdadeira adoração, a contemplação da glória do Senhor, é possível: “Ora, este Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. E todos nós, com o rosto descoberto, contemplando a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, que é o Espírito” (2 Coríntios 3.17, 18).

Andemos por fé – “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem” (Hebreus 11.1) – e permaneçamos firmes “como quem vê aquele que é invisível” (Hebreus 11.27). Sejamos verdadeiros adoradores!

D – COMO ADORAR EM VERDADE?

É preciso destruir os falsos deuses.

Nos livros históricos do Antigo Testamento, há relatos de reis que se destacaram por agir de maneira firme contra a idolatria, promovendo reformas para trazer o povo de volta ao Senhor. Vejamos alguns exemplos:

a) Asa – “Asa fez o que era reto aos olhos do Senhor, como Davi, seu pai. Porque tirou da terra os prostitutos cultuais e removeu todos os ídolos que seus pais fizeram” (1 Reis 15.11, 12).

b) Joiada – “Joiada fez uma aliança entre o Senhor, o rei e o povo, para serem eles o povo do Senhor. Fez também uma aliança entre o rei e o povo. Então todo o povo da terra entrou no templo de Baal e o derrubaram, despedaçando os altares e as imagens de Baal” (2 Reis 11.17, 18).

c) Josias – “Josias também eliminou os médiuns, os feiticeiros, os ídolos do lar, os ídolos e todas as abominações que se viam na terra de Judá e em Jerusalém, para cumprir as palavras da lei, que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias havia achado na Casa do Senhor. Antes dele, não houve rei que lhe fosse semelhante, que se convertesse ao Senhor de todo o seu coração, de toda a sua alma e com todas as suas forças, segundo toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro igual” (2 Reis 23.24, 25).

d) Ezequias – “Acabando tudo isto, todos os israelitas que estavam ali saíram às cidades de Judá, quebraram as estátuas, cortaram os postes da deusa Aserá e derrubaram os lugares altos e os altares em todo o território de Judá, de Benjamim, de Efraim e de Manassés, até que tudo estivesse destruído” (2 Crônicas 31.1).

e) Manassés – “Tirou da Casa do Senhor os deuses estranhos e o ídolo, bem como todos os altares que havia construído no monte da Casa do Senhor e em Jerusalém, e os lançou fora da cidade” (2 Crônicas 33.15).

Neste nosso tempo, o tempo da Igreja, somos exortados: “Portanto, meus amados FUJAM da idolatria” (1 Coríntios 10.14). Sim, fugir, pois encontramos idolatrias sutis tais como já foram mencionadas pelo profeta Ezequiel: “Filho do homem, estes homens LEVANTARAM ÍDOLOS DENTRO DE SEU CORAÇÃO e puseram diante de si o tropeço que os leva a cair em iniquidade. Será que eu deveria permitir que eles me consultem?” (Ezequiel 14.3).

Que grande desafio é meditar seriamente nesta frase: “Aquilo que o homem mais ama, isto é o seu deus” (Lutero).

No Novo Testamento, temos mais estes textos:

a) Filipenses 3:19 – “O destino deles é a perdição, O DEUS DELES É O VENTRE, e a glória deles está naquilo de que deviam se envergonhar, visto que só pensam nas coisas terrenas.”

b) Efésios 5:5 – “Fiquem sabendo disto: nenhuma pessoa imoral, impura ou avarenta — porque A AVAREZA É IDOLATRIA — tem herança no Reino de Cristo e de Deus.”

Adorar em verdade pressupõe eliminar os falsos deuses de nossas vidas e corações!

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Esta série foi preparada em 1977 por Gilberto Celeti e Luiz Ricardo Monteiro da Cruz (este já está na presença do Senhor). Ela foi ministrada originalmente nas escolas públicas aos alunos do Ensino Médio. Com pequena revisão, estou postando agora na expectativa de que o SENHOR a use para bênção de muitos e para Sua glória!

Gilberto Celeti
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A MENTIRA DA IDOLATRIA

Há milênios a mentira permanece,
Pois o “deus” a quem o homem faz sua prece
É uma arte, uma imagem de escultura,
Fruto de suas mãos e de sua cultura.

Seja lá o que esta imagem representa,
Venerá-la é idolatria virulenta;
Estes “deuses” estão cegos e são mudos,
Nada fazem; “deuses” mortos, “deuses” surdos.

Lamentável é o tempo que é desperdiçado
Pra adorar e orar a um “deus” inanimado.
Busque ao Deus que é vivo, santo e verdadeiro!

Dele veio a palavra poderosa
Que criou do nada o universo inteiro.
Lance fora a idolatria mentirosa!

Gilberto Celeti

EM ESPÍRITO E EM VERDADE

O Deus Vivo, do Universo separado,
Deve ser por tudo e todos adorado.
Ele é Espírito, é santo, é o Deus que ama;
A Sua glória, toda a criação proclama!

Na Escritura, aos que o buscam, se revela
De maneira verdadeira e singela,
Demonstrando a realidade do pecado,
Que os deixa do Deus Santo afastados;

Mas, por graça, faz com que descubram isto:
Que o Eterno se encarnou, sim, Jesus Cristo,
Pra morrer levando, do homem, o castigo.

Há, pra Deus, assim acessibilidade
E o cristão, de Deus, se torna agora amigo
Pra adorá-lo em espírito e em verdade!

Gilberto Celeti

Deixe ao final, se possível, o seu comentário, ou se preferir neste outro blog:
https://gilbertoceleti.wordpress.com/2023/09/26/estudos-sobre-deus-06-deus-e-espirito/

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