terça-feira, 3 de outubro de 2023

ESTUDOS SOBRE DEUS - 07 DEUS É ETERNO E IMORTAL

 

Há um salmo, de autoria de Moisés, que de maneira magistral expõe a eternidade de Deus e a transitoriedade do ser humano. Lemos: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmo 90.2).

Também lemos na Escritura Sagrada que Deus é o “bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem ninguém jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém!” (1 Timóteo 6.15, 16).


A – DEUS É ETERNO

Deus é auto existente. Ele existe por si só. Pense na origem do Universo: tudo foi criado, modelado e veio à existência pela vontade de Alguém que não foi criado por ninguém. Deus não tem origem! “Eis que Deus é grande, e nós não o compreendemos, e o número dos seus anos não se pode esquadrinhar” (Jó 36.26).

Deus – Aquele que é – estava presente “no princípio” (Gênesis 1.1 e João 1.1, 2). Deus nunca teve princípio. Ele é. Para Deus o tempo não conta, “pois que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pedro 3.8).

Deus é eterno. Sua eternidade pode ser compreendida como aquela perfeição por meio da qual Deus está acima de qualquer limitação temporal, vivendo sempre como em um eterno agora. Deus é “o Alto e o Sublime, que habita na eternidade” (Isaías 57.15).

Estamos acostumados a contar meses e anos, a contemplar o passado, o presente e o futuro. Contudo, aqueles que conhecem a Deus, de certa forma, são colocados acima de tais limitações para viverem nEle e com Ele em um eterno agora. O Senhor Jesus Cristo disse: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida” (João 6.47, 48). Aquele que crê no Filho de Deus já tem a vida eterna, que se estende para além do tempo.

Não há lugar para remorsos quanto ao passado, para aquele que crê. O sangue de Jesus, que nos purifica de todo pecado, lavou toda a mancha. Pois assim “diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã” (Isaías 1.18).

Também não há lugar para ansiedades quanto ao futuro. A promessa do Senhor é clara: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28.20). Bendito seja o Deus eterno por tão grande dádiva!

B –  É IMORTAL

            Sendo eterno, Deus é também imortal. Ele não pode morrer. Aquele que em Sua Palavra diz “Eu Sou o Que Sou” (Êxodo 3.14), diz também que “a palavra do Senhor permanece para sempre” (1 Pedro 1.25). Isto significa que eternamente a Palavra irá afirmar que Deus é; e Ele eternamente repetirá: “Eu Sou”. O salmista exclamou com convicção: “Mas tu, Senhor, permanecerás para sempre, a tua memória de geração em geração” (Salmo 102.12).

            Quão felizes são aqueles que conhecem o Deus imortal! Poderíamos imaginar um Deus que morresse? Nunca! A que desespero tremendo seríamos levados, se não tivéssemos o conhecimento pleno da preciosa verdade de que seguramente há um “Deus vivo”! A expressão “Deus vivo” se repete cerca de 25 vezes na Bíblia.

            Um antigo rei da Média, o rei Dario, pressionado pela artimanha dos seus auxiliares, lançou o profeta Daniel numa cova de leões. Esta história está registrada no capítulo seis do livro de Daniel. Ao descobrir, na manhã seguinte, que Deus havia preservado a vida de Daniel, “então o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e línguas que moram em toda a terra: A paz vos seja multiplicada. Da minha parte é feito um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre, e o seu reino não se pode destruir, e o seu domínio durará até o fim. Ele salva, livra, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; ele salvou e livrou Daniel do poder dos leões” (Daniel 6.25-27).

Que nossa atitude seja sempre a de amar, adorar e exaltar a Deus! Façamos isso dizendo: “Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, o único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém” (1 Timóteo 1.17).

C – A ALMA IMORTAL DO HOMEM E A ETERNIDADE

No livro de Eclesiastes estão registradas estas palavras, que precisam ser bem consideradas: “Deus fez tudo formoso no seu devido tempo. Também pôs a eternidade no coração do ser humano ... Sei que tudo o que Deus faz durará eternamente, sem que nada possa ser acrescentado nem tirado, e que Deus faz isto para que as pessoas o temam” (Eclesiastes 3.11, 14).

O homem veio a existir por um ato da criação de Deus. Sendo criado à imagem e semelhança de Deus, o homem possui uma alma imortal, ou seja, foi criado para uma vida sem fim. No entanto, Adão não comeu da árvore da vida, que se encontrava no Eden; desobedecendo a ordem de Deus, comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. E qual foi a consequência? A entrada do pecado e, com ele, o castigo, que é a morte. Há dois tipos de morte. Em primeiro lugar, a morte física, que é quando o corpo fica separado do fôlego da vida, e volta ao pó. Em segundo lugar, a chamada morte espiritual, ou morte eterna, ou segunda morte, que é a separação de Deus para sempre, por toda a eternidade.

Todo ser humano está sujeito à morte física. Os primeiros sete versículos do capítulo 12 de Eclesiastes descrevem, de maneira figurada e poética, como o corpo humano vai pouco a pouco perdendo a sua vitalidade e agilidade até chegar finalmente à morte, e trazem uma solene recomendação: “Lembre-se do seu Criador nos dias da sua mocidade, antes que ... o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12.1-7). No Novo Testamento, na carta aos Hebreus, lemos: “... aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo ...” (Hebreus 9.27).

A Escritura mostra claramente que cada um haverá de comparecer diante do trono de juízo de Deus: “De tudo o que se ouviu, a conclusão é esta: tema a Deus e guarde os seus mandamentos, porque isto é o dever de cada pessoa. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (Eclesiastes 12.13, 14). João, no livro do Apocalipse, descreve esse julgamento final: “Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, que estavam em pé diante do trono. Então foram abertos livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que estava escrito nos livros ... Então a morte e o inferno foram lançados no lado de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo” (Apocalipse 20.12, 14, 15).

Quanto à segunda morte, alguns terão de enfrentá-la e outros não.

 D – DUAS POSSIBILIDADES

Qual é a situação de cada ser humano? A Bíblia afirma que “não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se tornaram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer ... Não há temor de Deus diante de seus olhos ... pois todos pecaram e carecem da glória de Deus ...” (Romanos 3.10, 11, 18, 23).

Diante desta realidade podemos compreender melhor o que significa o imenso amor de Deus, quando lemos: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é condenado; mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus. A condenação é esta: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (João 3.16-19).

Há duas possibilidades para o ser humano: Ou receber a vida eterna, ou receber a morte eterna, que será a realidade de uma eternidade separado de Deus.

A vinda de Jesus, o Filho de Deus, a sua vida perfeita, sem pecado, a sua crucificação – quando Seu sangue precioso foi derramado para cobrir os pecados de todos os que nEle creem – e a Sua ressurreição, tudo isso foi prova do amor de Deus, possibilitando que, ao crer em Jesus Cristo, tenhamos a esperança da vida eterna com Deus no céu, a pátria celestial ou, como escreveu o grande pregador Spurgeon: “Estamos indo para a terra dos imortais onde não há sepulturas”. Quem crê não será condenado, pois Jesus, como um Cordeiro sacrificado, se tornou o substituto do pecador arrependido.

Jesus recebeu o juízo de Deus no lugar daquele que crê. Por isso está escrito: “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.21).

Onde você passará a eternidade? Pense bem no que diz a Palavra de Deus: “Pois todos temos de comparecer diante do tribunal de Deus. Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus. Assim, pois, cada um de nós prestará contas de si mesmo diante de Deus” (Romanos 14.10-12).

Paulo, pregando o evangelho de Deus em Atenas, disse: “Deus não levou em conta os tempos da ignorância, mas agora ele ordena a todas as pessoas, em todos os lugares, que se arrependam. Porque Deus estabeleceu um dia em que julgará o mundo com justiça, por meio de um homem que escolheu. E deu certeza disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (Atos 17.30, 31).

            E sabe o que acontecerá na segunda vinda de Jesus Cristo? Pois bem, “quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, quando ele vier, naquele Dia, para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram” (2 Tessalonicenses 1.7-10).

            Hoje é tempo para se arrepender de seus pecados e para crer em Jesus. Hoje ainda é dia de oportunidade. Amanhã pode ser muito tarde. “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3.36).

            Podemos resumir tudo com esta passagem bíblica: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6.23). Receber o presente de Deus, a salvação eterna, crer e receber a Jesus Cristo como Salvador, torna a criatura um filho de Deus: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1.12, 13). Jesus afirmou: “Em verdade, em verdade lhes digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (João 5.24).

E – ATITUDES DAQUELES QUE CREEM

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5.17). Tendo crido e recebido a Cristo, nada pode ser mais precioso para o cristão do que fazer do Salmo 90 – a oração de Moisés – a sua própria oração:

“Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. Antes que os montes nascessem e tu formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus. Tu reduzes o ser humano ao pó e dizes: ‘Voltem ao pó, filhos dos homens’. Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite. Tu os arrastas na torrente; são como um sono. São como a relva que floresce de madrugada; de madrugada, viceja e floresce; à tarde, murcha e seca. Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor, conturbados. Puseste as nossas iniquidades diante de ti e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos. Pois todos os nossos dias se passam na tua ira; acabam-se os nossos anos como um breve pensamento. Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos. Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido? Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio. Volta-te, Senhor! Até quando estarás indignado? Tem compaixão dos teus servos. Sacia-nos de manhã com a tua bondade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias. Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade. Aos teus servos apareçam as tuas obras, e a seus filhos, a tua glória. Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos.”

·        Como é precioso e confortador ter o Deus Eterno e Imortal como único e seguro refúgio: “Tu tens sido o nosso refúgio” (Salmo 90.1). Quando Jesus Cristo se torna nosso Salvador, em toda e qualquer circunstância estamos nEle amparados e guardados.

·        Sendo tão longa a eternidade de Deus e tão curtos os nossos dias sobre a terra, como firmaremos as obras de nossas mãos? Como escaparemos à ação abrasiva dos acontecimentos, que nos desgastariam e nos destruiriam? Que o conhecimento da eternidade de Deus não seja em nós desperdiçado, mas nos traga sabedoria ao coração. Seja esta a nossa oração: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Salmo 90.12). Quando Jesus Cristo se torna nossa sabedoria, queremos andar como Ele cada dia, em santidade e firmados na verdade!

·        E então, conscientes de que cada um de nós haverá de comparecer “diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2 Coríntios 5.10), vamos orar assim: “SEJA SOBRE NÓS A GRAÇA DO SENHOR, NOSSO DEUS; CONFIRMA SOBRE NÓS AS OBRAS DAS NOSSAS MÃOS.” (Salmo 90.17). Quando Jesus Cristo se torna nosso Senhor, não nos conformamos mais com este mundo; pelo contrário, desejamos agir sempre dentro da Sua vontade que é boa, agradável e perfeita (conf. Romanos 12.1, 2). Que cada um de nós deseje obedecer a Sua vontade, ser Sua testemunha, e tudo fazer para a glória de Deus. Amém.

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Esta série foi preparada em 1977 por Gilberto Celeti e Luiz Ricardo Monteiro da Cruz (este já está na presença do Senhor). Ela foi ministrada originalmente nas escolas públicas aos alunos do Ensino Médio. Com pequena revisão, estou postando agora na expectativa de que o SENHOR a use para bênção de muitos e para Sua glória!

Gilberto Celeti

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O AQUI E AGORA OU A ETERNIDADE?  

Na Via Láctea, que é tão imensa,
No azul planeta, que é chamado Terra,
Há um milagre que se chama vida:
Exuberante, bela, variada.
Somente ali, parece, foi surgida.

O ser humano, de existência curta,
Percebe que, do pó deste planeta,
Sua forma foi, de fato, construída.
E um dia para o pó retorna ele;
Solene e triste é sua despedida.

Há homem com olhar que não se eleva,
Pequeno é o seu mundo e horizonte;
Correndo atrás de tanta atividade,
Só com o aqui e agora preocupado, 
Não se interessa pela eternidade! 

Um outro vê galáxias no espaço,
Repletas de estrelas e planetas, 
Girando em perfeição maravilhosa. 
Sua mente não alcança o infinito,
Ficando totalmente curiosa. 

E duas podem ser suas atitudes:
Achar que tudo existe por acaso,
E as coisas mudam com a evolução; 
Mas tal ideia nunca satisfaz, 
Pensar assim só traz inquietação. 

Ou ver em tudo a mão do Criador,
O Rei dos céus, que tudo coordena, 
Que me conhece e sempre me conduz. 
Ao pecador Deus ama e convida 
À reconciliação por meio de Jesus. 

Gilberto Celeti

“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Salmo 19.1).

“Prepara-te … para te encontrares com o teu Deus ... Buscai ao Senhor e vivei … Procurai o que faz o Sete-Estrelo (Plêiades) e o Órion…” (Amós 4.12; 5.6, 8).

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele, nada do que foi feito se fez … E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1.1-3, 14). 

“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6). 

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