terça-feira, 5 de março de 2024

ESTUDOS SOBRE DEUS: 29 – DEUS É SOBERANO (3ª PARTE)

 “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas. Mas aquele que se gloria, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor” (Jeremias 9.23, 24).


Deus criou o homem. Deus permitiu que o homem caísse e que, por esse homem, entrasse “o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram” (Romanos 5.12).

A – NADA PODE FRUSTRAR O PLANO PERFEITO DO DEUS TRIÚNO

            Quando o homem caiu, não estava frustrando o plano perfeito de Deus. O pecado e o mal tiveram a sua entrada no mundo dentro do propósito eterno de Deus, pois “o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula … foi conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês. Por meio dele, vocês creem em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, para que a fé e a esperança de vocês estejam em Deus” (1 Pedro 1.19-21).

            O próprio fato do sangue de Cristo ter sido conhecido antes da fundação do mundo – sangue esse que purifica de todo o pecado – implicava em que, quando ele fosse manifestado no fim dos tempos, o seria num mundo pecaminoso, entre homens em estado de depravação moral e espiritual, mortos em seus delitos e pecados.

            O plano de Deus implicava, ainda, em que a Sua salvação redentora seria concedida apenas aos que cressem no Senhor Jesus Cristo, e não a todos indistintamente. E estes que creem e recebem a Cristo descobrem algo impressionante sobre a soberania de Deus, pois está escrito que “antes da fundação do mundo, Deus os escolheu, nele, para serem santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor os predestinou para ele, para serem adotados como seus filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele lhes concedeu gratuitamente no Amado” (Efésios 1.4-6).

            Quanto aos que não creem, aos que não conhecem a Deus e não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus, estes “sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” (2 Tessalonicenses 1.8, 9).

“Que diremos, então? Que Deus é injusto? De modo nenhum! Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e terei compaixão de quem eu tiver compaixão. Assim, pois, isto não depende de quem quer ou de quem corre, mas de Deus, que tem misericórdia. Porque a Escritura diz a Faraó: Foi para isto mesmo que eu o levantei, para mostrar em você o meu poder e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, Deus tem misericórdia de quem quer e também endurece a quem ele quer.

“Mas você vai me dizer: Por que Deus ainda se queixa? Pois quem pode resistir à sua vontade? Mas quem é você, caro amigo, para discutir com Deus? Será que o objeto pode perguntar a quem o fez: Por que você me fez assim? Será que o oleiro não tem direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro para desonra?

“Que diremos, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos de ira, preparados para a destruição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que de antemão preparou para glória?” (Romanos 9.14-23).

            A verdade que começamos a examinar pode nos deixar aturdidos, porém, estando revelada na Palavra de Deus, ela nos pertence, como lemos em Deuteronômio 29.29: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e aos nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.” Estudemos esta verdade sobre a soberania de Deus na certeza de que seremos ensinados, como também confortados e encorajados pelo Espírito da verdade.

B – DEUS, O PAI, ESCOLHEU DENTRE HOMENS TOTALMENTE INDIGNOS ALGUNS PARA A SALVAÇÃO

            “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Antes da fundação do mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para ele, para sermos adotados como seus filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado.

“Nele temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e entendimento. Ele nos revelou o mistério da sua vontade, segundo o seu propósito, que ele apresentou em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra.

“Em Cristo fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo.

“Nele também vocês, depois que ouviram a palavra da verdade, o evangelho da salvação, tendo nele também crido, receberam o selo do Espírito Santo da promessa. O Espírito é o penhor da nossa herança, até o resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (Efésios 1.3-14).

C – DEUS, O FILHO, ENTREGOU SUA VIDA À MORTE, PELOS ESCOLHIDOS

            Muitos afirmam que Jesus Cristo morreu, de fato, por todos os homens e que agora só depende de estes crerem nele e O receberem. Isto quer dizer, em outras palavras, que a obra de Jesus Cristo consumada na cruz do Calvário não é poderosa para salvar, pois depende da vontade humana para que seja eficaz. Tal ideia nos levaria ainda ao pensamento de que a morte de Jesus Cristo foi vã, em relação à grande maioria que se perde eternamente. Ainda tem mais um agravante: o homem seria salvo por uma obra sua: “Eu quis ser salvo!”

            Certamente, o que ouviremos lá na glória será algo como: “Eu não queria a salvação, eu não buscava a Deus. Foi Ele quem me escolheu, quem me buscou, quem me salvou!”

            Jesus, na cruz do Calvário, não ofereceu a Si mesmo em vão. O profeta Isaías, inspirado por Deus, já havia dito: “Ele verá o fruto do trabalho de sua alma e ficará satisfeito. O meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si” (Isaías 53.11). Muitos, e não todos. Eis a verdade!

            Na comemoração da Páscoa, pouco tempo antes de Seu sacrifício na cruz, ao cear com os discípulos, lemos que “enquanto comiam, Jesus pegou um pão, e, abençoando-o, o partiu e deu aos discípulos, dizendo: Tomem, comam; isto é o meu corpo. A seguir, Jesus pegou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos, dizendo: Bebam todos dele; porque isto é o meu sangue, o sangue da aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mateus 26.26-28). Muitos, e não todos. Eis a verdade!

            São justificados os eleitos – todos os eleitos – e somente estes. Tendo sido consumada a obra de Cristo na cruz, ela é perfeita; daí salvar totalmente, sem que nenhum dos eleitos se perca. A vontade de Deus nunca é frustrada, nem o pode ser, muito menos pelo ser humano. “Assim, pois, isto não depende de quem quer ou de quem corre, mas de Deus, que tem misericórdia” (Romanos 9.16).

            Jesus Cristo afirmou: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que eu não perca nenhum de todos os que ele me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia” (João 6.37-39).

D – DEUS, O ESPÍRITO SANTO, APLICA A OBRA DE CRISTO AOS ESCOLHIDOS

            Está claramente estabelecido no ensino da Palavra de Deus que “não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se tornaram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3.10-12). E ainda que “se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus” (João 3.3). Jesus ensinou sobre isto dizendo: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não fique admirado por eu dizer: Vocês precisam nascer de novo. O vento sopra onde quer, você ouve o barulho que ele faz, mas não sabe de onde ele vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (João 3.6-8).

            O Espírito Santo é quem convence uma pessoa “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8). O Espírito Santo é que atua no coração do pecador, convence-o e o leva a crer no Senhor Jesus Cristo e recebê-lO como seu Senhor e Salvador. E sabe o que acontece? Diz a Escritura: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1.12, 13). O que acontece é que o indivíduo nasce de novo, na família de Deus, tornando-se um filho de Deus.

E – VERDADES CONTRASTADAS

            Deus, nosso Salvador, “deseja que todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade, Cristo Jesus, homem, que deu a si mesmo em resgate por todos, testemunho que se deve dar em tempos oportunos” (1 Timóteo 2.3-6).

O plano de Deus para a redenção do homem inclui o fato de “que o Cristo tinha de sofrer, ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia, e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando em Jerusalém” (Lucas 24.46, 47).

            Eis a ordem: “Vão por todo o mundo e preguem o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15). Nós não sabemos quem são os eleitos, por isso a ordem que recebemos é para ir e pregar o evangelho a todos!

Eis o evangelho: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, … foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Coríntios 15.3, 4).

De fato, “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16), pois “Deus achou por bem salvar os que creem por meio da loucura da pregação” (1 Coríntios 1.21). E quando as boas-novas da salvação chegaram até os gentios, lemos que eles “se alegravam e glorificavam a palavra do Senhor. E creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna” (Atos 13.47, 48).

            Eis aqui uma verdade surpreendente! Diante da oferta de perdão e vida eterna feita a todos os homens, indistintamente, para que se arrependam e creiam em Jesus Cristo, nem todos creem “porque a fé não é de todos” (2 Tessalonicenses 3.2). Na verdade, a fé é um dom de Deus, “a fé que é dos eleitos de Deus” (Tito 1.1). “Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8, 9).

            É preciso enfatizar este versículo já mencionado: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e aos nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei”. (Deuteronômio 29.29). Dentre as coisas reveladas, destacam-se estas duas verdades que temos estudado:

  • Deus deseja que todos se salvem e oferece a salvação a todos. Disse Jesus: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (João 7.37).
  • Antes da fundação do mundo, Deus escolheu alguns, os quais predestinou para a salvação. Disse Jesus: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer” (João 6.44).

F – RECONHECENDO A ELEIÇÃO

            “Sempre damos graças a Deus por todos vocês, fazendo menção de vocês em nossas orações e, sem cessar, lembrando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da fé que vocês têm, da dedicação do amor de vocês e da firmeza da esperança que têm em nosso Senhor Jesus Cristo.

“Sabemos, irmãos amados por Deus, que ele os escolheu, porque o nosso evangelho não chegou a vocês somente em palavra, mas também em poder, no Espírito Santo e em plena convicção. E vocês sabem muito bem qual foi o nosso modo de agir entre vocês, para o próprio bem de vocês. E vocês se tornaram nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra com a alegria que vem do Espírito Santo, apesar dos muitos sofrimentos.

“Assim, vocês se tornaram modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia. Porque a partir de vocês a palavra do Senhor repercutiu não só na Macedônia e na Acaia, mas a fé que vocês têm em Deus repercutiu em todos os lugares, a ponto de não termos necessidade de dizer mais nada a respeito disso. Porque, no que se refere a nós, as pessoas desses lugares falam sobre como foi a nossa chegada no meio de vocês e como, deixando os ídolos, vocês se converteram a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro e para aguardar dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira vindoura” (1 Tessalonicenses 1.2-10).

O exemplo destes cristãos tessalonicenses é suficiente para nós:

  • Receberam a Palavra em meio a muita tribulação (contrariedade, aflição, amargura, tormento na alma, na mente, no coração, no próprio corpo).
  • Receberam a Palavra em plena convicção.
  • Tornaram se imitadores do apóstolo Paulo e de Jesus Cristo (tomaram como modelo para suas vidas o Senhor Jesus).
  • Tornaram-se, eles próprios, modelo para todos os crentes (eram cartas vivas de Cristo).
  • Tornaram-se testemunhas de Jesus (deles repercutiu por toda parte a palavra do Senhor).
  • Converteram-se totalmente dos ídolos para o Deus vivo e verdadeiro (para adorarem e servirem a Deus).
  • Aguardavam, dos céus, a Jesus Cristo, o Filho de Deus!

Faça o teste: você pode reconhecer a sua própria eleição?

Aos “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo. QUE A GRAÇA E A PAZ LHES SEJAM MULTIPLICADAS” (1 Pedro 1.2).

– – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

Esta série foi preparada em 1977 por Gilberto Celeti e Luiz Ricardo Monteiro da Cruz (este já está na presença do Senhor). Ela foi ministrada originalmente nas escolas públicas aos alunos do Ensino Médio. Com pequena revisão, estou postando agora na expectativa de que o SENHOR a use para bênção de muitos e para Sua glória!

Gilberto Celeti

– – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –  

A VOZ QUE PRECISA SER OUVIDA HOJE

Quem com Cristo está unido
E pelo Espírito é habitado,
Não há de ser enganado
Ou pelo erro ser vencido.

Hoje esta é a mensagem:
Salvação é só em Cristo!
E se alguém não prega isto,
O que prega é sabotagem.

Ouça a voz que, no deserto,
Em tom bem alto anuncia:
Do juízo chega o dia,
O Senhor está bem perto;

É chegado o momento:
Os pecados confessai,
O caminho endireitai,
Hora de arrependimento.

João Batista testifica
E aponta o enviado,
Que vai tirar o pecado
Qual Cordeiro, ele explica.

Precursor maravilhoso
Que nas trevas mostrou luz,
Que apontou só pra Jesus;
Que trabalho tão precioso.

Pra si mesmo não quis glória,
Não quis ter dignidade,
Foi exemplo de humildade,
Voz que clama – eis sua história!

Neste instante é urgente
A mensagem ser ouvida.
Cada raça está perdida;
João, clame novamente:

Venha a Cristo, arrependido,
Ninguém brinque com o pecado,
Tenha o coração mudado,
Seja por Jesus remido!

Gilberto Celeti

Nenhum comentário:

Postar um comentário