quarta-feira, 20 de março de 2024

ESTUDOS SOBRE DEUS: 31 – DEUS – SUA EXIGÊNCIA (2ª PARTE)

 “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas. Mas aquele que se gloria, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor” (Jeremias 9.23, 24).


“E agora, Israel, o que é que o Senhor requer de vocês? Não é que vocês temam o Senhor, seu Deus, andem em todos os seus caminhos, amem e sirvam o Senhor, seu Deus, de todo o coração e de toda a alma, para guardarem os mandamentos do Senhor e os seus estatutos que hoje lhes ordeno, para o bem de vocês?  Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor, o Deus de vocês; a ele pertencem a terra e tudo o que nela há. Mas o Senhor se afeiçoou tão somente aos pais de vocês para os amar; e a vocês, descendentes deles, ele escolheu do meio de todos os povos, como hoje se vê” (Deuteronômio 10.12-15).

O que é que o Senhor requer, ou exige? O que é que o Deus Eterno requer daqueles a quem Ele se afeiçoou e a quem escolheu dentre todos os povos?

  • Que O temam.
  • Que andem nos Seus caminhos.
  • Que O amem.
  • Que O sirvam.

Já temos estudado as duas primeiras exigências. Vejamos agora as outras duas.

A – DEUS REQUER QUE O AMEMOS

“Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força” (Deuteronômio 6.4, 5).

Deus deseja que nós O queiramos muito bem, que sintamos ternura por Ele, que O apreciemos, e muito, de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e com todas as nossas forças. Na verdade, “amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e com todas as forças e amar o próximo como a si mesmo é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios” (Marcos 12.33).

Este amor, tão excelente e extraordinário, levou o apóstolo Paulo a registrar um dos mais sublimes textos, de toda a literatura, sobre o tema:

  • Ainda que “eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine” (1 Coríntios 13.1).
  • Ainda que “eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei” (1 Coríntios 13.2).
  • Ainda que “eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, isso de nada me adiantará” (1 Coríntios 13.3).

Alguém pode perguntar: Mas o que é, de fato, o amor? A descrição feita pelo apóstolo traz uma resposta surpreendente: “O amor é paciente e bondoso. O amor não arde em ciúmes, não se envaidece, não é orgulhoso, não se conduz de forma inconveniente, não busca os seus interesses, não se irrita, não se ressente do mal. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13.4-7).

A percepção evidente, após a leitura destes versículos, escritos primeiramente aos cristãos da cidade de Corinto, é que não existe este amor real e autêntico na criatura humana, nem para com os próprios semelhantes, nem para com o Eterno Deus. Como poderão amar a Deus aqueles que estão perdidos em seus pecados? A respeito de todos os seres humanos, assim está escrito: “não há quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se tornaram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3.11, 12).

No entanto, a exigência de Deus, ou o seu mandamento, é: “Ame o Senhor, seu Deus!”

Sentimo-nos tão pequenos e imperfeitos, incapazes mesmo de amá-lO! Como é possível amar a Deus? Isto só se torna possível quando descobrimos que Deus nos amou primeiro. A Palavra é clara “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores” (Romanos 5.8). Primeiro, nós cremos e recebemos o amor de Deus, que está na Pessoa do Senhor Jesus Cristo, que na cruz derramou o seu sangue que nos purifica de todo o pecado. Então, somos transformados, nascemos de novo, e podemos dizer como o apóstolo João: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1 João 4.19).

Que alegria insondável sentimos diante do tão grande amor de Deus! Entretanto, ao olharmos para nós mesmos, que desespero!

  • Não somos capazes sequer de retribuir ao tão profundo e puro amor que nos demonstrou o “Deus bendito para sempre” (Romanos 9.5).
  • Vamos sempre reconhecer como Paulo: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim, mas não o realizá-lo. Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço” (Romanos 7.18, 19).
  • Que desventurados seres humanos somos, porque não conseguimos nem amar aquele que nos ama “com amor eterno” (Jeremias 31.3).

Contudo, “bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo” (Efésios 1.3). O Deus eternamente bendito nos adotou como Seus filhos, em Cristo Jesus, e nos deu o Seu Espírito Santo. Podemos então exultar alegremente “porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi dado” (Romanos 5.5). O Espírito de Deus também produz o seu fruto em nossos corações, como está escrito: “O fruto do Espírito é: amor …” (Gálatas 5.22).

Resumindo, Deus Pai, em Cristo e pelo Espírito, derrama amor em nossos corações. “Nisto conhecemos que permanecemos nele e que ele permanece em nós: pelo fato de nos ter dado do seu Espírito. E nós temos visto e damos testemunho de que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele permanece em Deus. E nós conhecemos o amor e cremos neste amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele” (1 João 4.13-16).

O amor de Deus é tão inescrutável que Ele mesmo precisa derramá-lo em nossos corações para que, justificados mediante a fé em Jesus Cristo, nós O amemos como filhos, que foram “comprados por preço” (1 Coríntios 6.20).

Mais ainda: o próprio Deus vem agraciar aos que O amam com preciosíssimas bênçãos. Assim a Bíblia nos ensina: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8.28).

Todas as coisas cooperam para o bem! Quão pouco compreendemos esta verdade!

  • Se o tempo está frio, murmuramos …
  • Se o sol brilha com toda a sua força, nos queixamos do calor …
  • Desviamo-nos de certas pessoas por considerá-las enfadonhas …
  • Surpreendidos por uma doença, entristecemo-nos …
  • A morte de um ente querido deixa-nos perplexos …
  • Assusta-nos o breve pensamento de termos de passar por tribulações … Simplesmente ignoramos que todas as coisas cooperam para o nosso bem!

“Portanto, saibam que o Senhor, seu Deus, é Deus; ele é o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos” (Deuteronômio 7.9).

Que verdade maravilhosa: usufruem da fidelidade de Deus os que O amam! Será que nós O amamos? Não nos esqueçamos desta desafiadora exortação da Escritura: “Filhinhos, não amemos de palavra, nem da boca para fora, mas de fato e de verdade” (1 João 3.18).

Podemos saber que o amor de Deus está em nós:

  • Se amamos Jesus – “Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama o seu filho ou a sua filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mateus 10.37).
  • Se amamos o próximo – “Se alguém disser: Amo a Deus, mas odiar o seu irmão, esse é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E o mandamento que dele temos é este: quem ama a Deus, que ame também o seu irmão” (1 João 4.20, 21).
  • Se não amamos o mundo – “Não amem o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 João 2.15).

B – DEUS REQUER QUE O SIRVAMOS (QUE O OBEDEÇAMOS)

Nos tempos do Antigo Testamento, esta era a recomendação: “Mas tenham o maior cuidado em guardar o mandamento e a lei que Moisés, servo do Senhor, lhes ordenou: que vocês amem o Senhor, seu Deus, andem em todos os seus caminhos, guardem os seus mandamentos, sejam fiéis a ele e o sirvam de todo o coração e de toda a alma” (Josué 22.5).

Agora, nos tempos do Novo Testamento, temos esta recomendação: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são difíceis de guardar. Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (1 João 5.3-5).

O amor e o serviço a Deus implicam em obediência. “Mas quem guarda a sua palavra, nele verdadeiramente tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: quem diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1 João 2.5, 6).

Torna-se importantíssimo frisar que Deus requer este serviço e obediência daqueles que já são nascidos de novo e que já estão salvos. Não é uma exigência para que a pessoa obtenha a salvação. Não se vá pensar que alguém, sendo obediente no cumprimento de qualquer lei moral ou cerimonial (inclusive a lei mosaica) poderá ser salvo. Isto nunca vai acontecer. Infelizmente, muitos cometem este equívoco. Veja que a Bíblia afirma: “porque ninguém será justificado diante de Deus por obras da lei, pois pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Romanos 3.20).

O ensino claro e central da Palavra de Deus é que “quando se manifestou a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor por todos, ele nos salvou, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia. Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” (Tito 3.4-7); “Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.8-10).

De todos os Seus herdeiros, salvos por Sua graça, Deus requer obediência. O Senhor Jesus afirmou: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele” (João 14.21).

Sobre a importância da atitude de obediência, temos esta exortação: “Será que o Senhor tem mais prazer em holocaustos e sacrifícios do que no obedecer à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o ouvir é melhor do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado da feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria” (1 Samuel 15.22, 23).

O que Deus requer, ou exige:

  • Não é liturgia ou religiosidade … é obediência!
  • Não é caridade ou prática de ações sociais … é obediência!
  • Não é fazer correntes de oração … é obedecer!
  • Não é ofertar para ser abençoado … é obedecer!

Abraão – um exemplo de obediência

“Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber como herança; e partiu sem saber para onde ia” (Hebreus 11.8).A ele também disse Deus: “Sua descendência tomará posse das cidades dos seus inimigos. Na sua descendência serão benditas todas as nações da terra, porque você obedeceu à minha voz” (Gênesis 22.17, 18).

“Mas quem guarda a sua palavra, nele verdadeiramente tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: quem diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1 João 2.5, 6).

Jesus – um exemplo de obediência

Jesus é o Verbo que se fez carne. Ele é a própria expressão viva da palavra de Deus, “porque todas as promessas de Deus têm nele o ‘sim’. Por isso, também por meio dele se diz o ‘amém’ para glória de Deus” (2 Coríntios 1.20). Foi o próprio Jesus quem afirmou: “Vocês examinam as Escrituras, porque julgam ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (João 5.39).

Que testificam as Escrituras? Que o Verbo Eterno, o Senhor Jesus Cristo “se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos seres humanos. E, reconhecido em figura humana, ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2.7, 8).

Estudante da Palavra de Deus, que você e eu prestemos obediência incontestável e incondicional à Palavra de Deus para que também andemos “assim como [Jesus] andou”, obedientes, em toda e qualquer situação, até à morte, porque “é mais importante obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).

Podemos concluir, quanto às exigências de Deus, que andar no temor ao Senhor significa ter amor a Deus. Isto inclui um andar contínuo nos Seus caminhos, servindo ao Senhor e obedecendo aos Seus preceitos.

Todo o serviço daquele que nasceu de novo é pautado por sua obediência às instruções do Senhor. Ele vive prioritariamente buscando o Reino de Deus e a Sua justiça, em todas as suas ações e no relacionamento com as pessoas ao seu redor.

Nunca nos esqueçamos destas sublimes palavras do Senhor Jesus, compartilhadas com os Seus discípulos, instantes antes de sua prisão, condenação e crucificação: “Eu lhes dou um novo mandamento: que vocês amem uns aos outros. Assim como eu os amei, que também vocês amem uns aos outros. Nisto todos conhecerão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor uns aos outros” (João 13.34, 35).E disse ainda: “Se vocês me amam, guardarão os meus mandamentos” (João 14.15).

No próximo artigo teremos a conclusão desta série.

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Esta série foi preparada em 1977 por Gilberto Celeti e Luiz Ricardo Monteiro da Cruz (este já está na presença do Senhor). Ela foi ministrada originalmente nas escolas públicas aos alunos do Ensino Médio. Com pequena revisão, estou postando agora na expectativa de que o SENHOR a use para bênção de muitos e para Sua glória!

Gilberto Celeti

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POSSO AMAR SEM FINGIMENTO

Preciosíssima verdade
Crida, amada, obedecida:
Pra que eu ande em santidade
Cristo deu por mim a vida!

Para o Seu inteiro agrado
Fui por Deus regenerado!
Esta ação surpreendente,
Que é de Deus, e permanente,

Foi por Sua iniciativa,
Foi por Sua palavra viva.
Tive um novo nascimento,

Posso amar sem fingimento,
Fiquei limpo do pecado;
Sei, por Deus fui transformado.

Gilberto Celeti

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