Mas aquele que se gloria, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor” (Jeremias 9.23, 24).
“No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre as águas. Então Deus disse: Haja luz! E houve luz” (Gênesis 1.1-3).
“Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles. Ele ajunta em montão as águas do mar; e em reservatório encerra os abismos. Que toda a terra tema o Senhor, que tremam todos os habitantes do mundo. Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir” (Salmo 33.6-9).
“Pela fé, entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não são visíveis” (Hebreus 11.3).
A – QUE VOZ É ESTA?
Considerando as três passagens bíblicas acima, podemos perguntar: Que voz é esta que trouxe o Universo, tal como é, à existência? Resposta: É “a voz do Onipotente” (Ezequiel 1.24), é “a voz do Deus Todo-Poderoso, quando fala” (Ezequiel 10.5). No Salmo 29, Davi fala da poderosa voz do Senhor: “Ouve-se a voz do Senhor sobre as águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas. A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade...” (versos 3 e 4). Examine o Salmo todo.
A Bíblia Sagrada ao apresentar-nos o Deus Triúno, o faz exaltando a qualidade que Ele tem de ser Onipotente, isto é, Deus possui poder absoluto e infinito: “Eis que eu sou o Senhor, o Deus de toda a humanidade. Será que existe algo demasiadamente difícil para mim?” (Jeremias 32.27). O título “Deus Todo-poderoso” aparece na Bíblia pelo menos 45 vezes. Verifique com atenção, por exemplo, estas três ocasiões:
- Gênesis 17.1 – “Eu sou o Deus Todo-Poderoso; ande na minha presença e seja perfeito.”
- Jó 5.17 – “Bem-aventurado é aquele a quem Deus disciplina! Portanto, não despreze a disciplina do Todo-Poderoso.”
- Apocalipse 19.6 – “Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso.”
B – DEUS TUDO PODE
Nos estudos anteriores, vimos que Deus não está limitado a um corpo, ao tempo, à morte ou a mudanças. Tudo nEle é infinito; assim também é o Seu poder. “Por acaso, existe algo demasiadamente difícil para o Senhor” (Gênesis 18.14). “O nosso Deus está no céu e faz tudo como lhe agrada” (Salmo 115.3).
Por Seu imenso poder Deus criou o Universo, “pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir” (Salmo 33.9). Basta olharmos para a criação (um minúsculo verme num grão de areia, uma gigantesca estrela nos espaços siderais, o organismo humano tão complexo e perfeito, ou a ordem tão admirável de todo o Universo) para que compreendamos nossa insignificância e fraqueza diante do poder extraordinário de Deus. Ele tem controle sobre os mínimos detalhes da natureza: “Ele atrai para si as gotas de água que de seu vapor destilam em chuva, a qual as nuvens derramam e gotejam sobre a terra em grande abundância” (Jó 36.27, 28). Mas Deus também tem a própria atividade de Satanás debaixo do Seu controle, como lemos no mesmo livro de Jó quando, referindo-se ao Seu servo, “o Senhor disse a Satanás: Você pode fazer com ele o que quiser; mas poupe-lhe a vida” (Jó 2.6).
Não somente Deus tem todo o poder, como também opera segundo a Sua vontade, isto é, como lhe apraz: “Tudo o que agrada ao Senhor, ele o faz, nos céus e na terra, no mar e em todos os abismos” (Salmo 135.6). “Todos os moradores da terra são considerados como nada, e o Altíssimo faz o que quer com o exército do céu e com os moradores da terra. Não há quem possa deter a sua mão, nem questionar o que ele faz” (Daniel 4.35).
Deus quer que o homem, em vez de dirigir-se ao seu Criador dizendo: “Que fazes?”, dirija-se a Ele dizendo: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (Jó 42.2).
Na verdade, prezado leitor, Deus tudo pode! Jesus mesmo afirmou: “para Deus tudo é possível” (Mateus 19.26).
C – MAS, SE DEUS TUDO PODE, COMO É IMPOSSÍVEL QUE MINTA?
Há pessoas que fazem a pergunta acima, pensando em Hebreus 6.18, que diz: “... é impossível que Deus minta ...”. Quem usa essa expressão fora do contexto não compreende o caráter de Deus e quer apenas criar uma desnecessária polêmica.
O fato é que Deus não exercita o Seu poder para fazer aquilo que é incoerente consigo mesmo, aquilo que é indigno de Si mesmo. “Quanto ao Todo-Poderoso, não o podemos compreender. Ele é grande em poder, porém não perverte o juízo e a plenitude da justiça” (Jó 37.23).
D – PROVAS DO PODER DE DEUS
É na vida e obra da bendita Pessoa do Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus Altíssimo, que podemos contemplar as mais variadas evidências da Onipotência divina.
a) No nascimento de Jesus:
O anjo disse a Maria, a jovem escolhida para ser a mãe de Jesus: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus ... Porque para Deus não há nada impossível” (Lucas 1.35, 37).
b) No ministério de Jesus:
1. Na multiplicação dos pães – João 6.1-15
2. No andar sobre as águas do mar – Marcos 6.45-52
3. Na cura dos enfermos – Mateus 8.5-17
4. No controle sobre os fenômenos da natureza – Marcos 4.35-41
5. Ao subjugar os demônios – Lucas 8.26-34
6. Na ressurreição de mortos – Lucas 7.11-17 e João 11.31-46
c) Na morte de Jesus:
A morte de qualquer ser humano, por mais digno que seja, é um atestado de sua total fraqueza, limitação e impotência. Quem pode escapar dos seus aguilhões (que são aqueles ferrões que causam sofrimento pungente)? A Escritura afirma que “o aguilhão da morte é o pecado” (1 Coríntios 15.56); por outro lado, “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23) e a verdade é que “todos pecaram” (Romanos 3.23).
Certa vez os discípulos perguntaram a Jesus: “Quem pode ser salvo? Jesus, olhando para eles, disse: Para os seres humanos isto é impossível, mas para Deus tudo é possível” (Mateus 19.25, 26).
Jesus, que não tinha pecado, ofereceu-se espontaneamente para ser morto em lugar de Suas ovelhas. “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas ... Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas ... Ninguém tira a minha vida; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai” (João 10.11, 14, 15, 18).
A morte de Jesus pode parecer aos homens uma demonstração de fraqueza da parte de Deus, “mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores” (Romanos 5.8). Veja ainda mais um maravilhoso versículo: “Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, ela é poder de Deus” (1 Coríntios 1.18).
Portanto, quem está em Cristo pode bradar: “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15.54-57).
d) Na ressurreição de Jesus:
A expressão máxima da manifestação da Onipotência de Deus nós encontramos na ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. Na carta do apóstolo Paulo aos efésios está escrito: “... e qual é a suprema grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder. Ele exerceu esse poder em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nas regiões celestiais, acima de todo principado, potestade, poder, domínio e de todo nome que se possa mencionar, não só no presente século, mas também no vindouro” (Efésios 1.19-21).
E – EXPERIMENTE O PODER DE DEUS EM SUA PRÓPRIA VIDA
Que vida singular e admirável foi esta, a do Verbo “que se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1.14)! Este é Jesus, que “foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hebreus 4.15), que “se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado” (1 João 3.5) e do qual a Palavra diz também que “para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1 João 3.8).
Este é Jesus, que “reconhecido em figura humana, ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2.7, 8). Jesus, que na cruz do Calvário “foi traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados” (Isaías 53.5); a Ele “porém Deus o ressuscitou, livrando-o da agonia da morte, porque não era possível que fosse retido por ela” (Atos 2.24).
Portanto, “saibam que é por meio de Jesus que a remissão dos pecados é anunciada a vocês” (Atos 13.38).
Ao contemplarmos a Universo, ainda que nos admiremos diante da manifestação onipotente de Deus, somente os que contemplam Jesus Cristo e Sua bendita obra redentora – e nEle confiam! – podem conhecer qual é “a suprema grandeza do seu poder” e qual é “a eficácia da força do seu poder” (Efésios 1.19). É necessário conhecer não apenas o imenso poder de Deus, mas também dois efeitos que esse imenso poder produz em todo aquele que crê:
- O poder que torna em filhos de Deus aqueles que creem em Jesus Cristo. Está registrado que Jesus Cristo – o Filho de Deus, o Verbo Eterno que se fez carne – “estava no mundo, o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1.10-13).
- O poder que guarda em todas as provações aqueles que creem em Jesus Cristo. O apóstolo Pedro escreveu: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que não pode ser destruída, que não fica manchada, que não murcha e que está reservada nos céus para vocês, que são guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para ser revelada no último tempo. Nisso vocês exultam, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejam contristados por várias provações” (1 Pedro 1.3-6).
F – A OBRA DO DEUS ONIPOTENTE HOJE
As últimas palavras do Senhor Jesus Cristo, aqui neste mundo, dirigidas aos seus discípulos, foram estas: “Vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra” (Atos 1.8).
Isto ocorreu alguns dias depois da ascensão de Jesus Cristo. Foi no dia em que se comemorava em Israel a festa do Pentecoste, quando o Espírito Santo veio. Desde então ele é para os crentes o Paracleto, o Consolador, o Encorajador; e atua no mundo, como Jesus mesmo havia ensinado aos seus, para convencer “do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque eles não creem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado” (João 16.8-11).
É bom lembrar que, em seguida ao texto de Atos 1.8 (as últimas palavras de Jesus), está escrito: “Depois de ter dito isso, Jesus foi elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fixos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois homens vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Homens da Galileia, por que vocês estão olhando para as alturas? Esse Jesus que foi levado do meio de vocês para o céu virá do modo como vocês o viram subir” (Atos 1.9-11).
Estamos no terceiro milênio e, ao longo dos séculos, todos quantos têm sido convencidos do pecado, da justiça e do juízo e têm se tornado filhos de Deus, o fizeram devido ao poder do Espírito Santo.
E, ao se tornarem cristãos, crendo e recebendo a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, é também pelo poder do Espírito Santo que podem:
- Andar em novidade de vida;
- Testemunhar de Cristo aos demais;
- Ter o fruto do Espírito em suas vidas;
- Amar a Palavra do Senhor e obedecer a ela;
- Ser vitoriosos, como peregrinos neste mundo, dizendo à semelhança de Paulo: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gálatas 2.19,20).
Sim, é claro, existem falhas, existem pecados a ser confessados e é preciso ter também a mesma atitude de Paulo – a quem devemos imitar –, que disse: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficam para trás e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3.13).
Estejamos atentos a mais esta recomendação do apóstolo: “pois muitos andam entre nós, dos quais repetidas vezes eu lhes dizia e agora digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está naquilo de que deviam se envergonhar, visto que só pensam nas coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas” (Filipenses 3.18-21).
Enquanto aguardamos a volta de Jesus em glória, vivamos certos de que, aconteça o que acontecer, não há nada que “poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8.39). Vivamos seguros, pelo poder de Deus que nos enviou Jesus Cristo, pelo poder da obra redentora de Cristo – comprando-nos com Seu sangue vertido na cruz –, pelo poder do Espírito Santo que nos convenceu do pecado, da justiça e do juízo, sabendo que “somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E todo o que tem essa esperança nele purifica a si mesmo, assim como ele é puro” (1 João 3.1-3).
Bendito seja o Deus Triúno Onipotente!
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Esta série foi preparada em 1977 por Gilberto Celeti e Luiz Ricardo Monteiro da Cruz (este já está na presença do Senhor). Ela foi ministrada originalmente nas escolas públicas aos alunos do Ensino Médio. Com pequena revisão, estou postando agora na expectativa de que o SENHOR a use para bênção de muitos e para Sua glória!
Gilberto Celeti
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O DEUS ONIPOTENTE REINA!
O grande Deus, o Deus Eterno e Onipotente –
Deus Pai e Filho e Deus Espírito que é Santo –
No universo age soberanamente,
E eu O adoro e louvo com alegre canto.
Não deve haver motivos para inquietação,
E muito menos para andar sempre assustado,
Pois tudo está na santa e poderosa mão,
Do Rei dos reis, que o universo tem criado.
A fúria insana da maldade Deus controla,
Como controla a imensa fúria do oceano;
E nunca nada neste mundo degringola
Se está de acordo e em harmonia com Seu plano.
Os anjos maus e o seu rei, que é Satanás,
Sabem que Deus no universo todo impera,
E nunca, nunca poderão vencer, jamais,
A todo aquele que no Eterno Deus espera.
Bendito é quem pelo Deus Trino foi comprado
E libertado está no sangue do Cordeiro,
Nas poderosas mãos de Deus está guardado,
E consagrou-se a Deus, completo, por inteiro;
Mesmo sofrendo provação cruel e dura,
Mantém a fé, a esperança e a alegria.
Caminha firme, sua vida está segura;
O Onipotente Deus possui supremacia.
Gilberto Celeti
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